domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ei pessoal, vem moçada.

Pra mim, o Galo da Madrugada é acordar cedo no Sábado de Zé Pereira, ainda cansada da folia da noite anterior.
É esperar meu pai passar pra me pegar e perguntar se eu tô pronta pra guerra, "porque o Galo é uma guerra".
É chegar na concentração ali no Forte das Cinco Pontas e achar lindo o povo fantasiado, enfeitado, colorido e começar a entrar no clima ouvindo a passagem de som dos trios.
É reclamar do calor e comprar água mineral gelada pra molhar a cabeça.
É sentir os olhos encherem de lágrimas quando tocam os clarins anunciando que a festa começou.
Porque Naná, o Prefeito, o Governador e as autoridades todas podem anunciar a abertura do Carnaval na sexta-feira, mas só começa de verdade, quando o Galo sai e toma conta do Recife.
Não adianta, não existe outro rei nos dias de Momo.
É correr pra Concórdia pra ver se encontra um lugar pra ficar.
É ficar olhando pra ponta da rua, esperando o primeiro trio que sempre se atrasa.
É cantar junto com milhares de pessoas e sentir o coração pulsar no ritmo do frevo.
É aguentar o tanto que se pode o sol, o calor, o tumulto.
É aproveitar o tanto que se pode a alegria, a emoção, a energia.
É não ter onde pisar no chão na hora de ir embora, de tanta gente.
É sair de lá com a alma em festa, sentindo que o Carnaval pode acabar ali, que a missão foi cumprida.
Pra mim, o Galo da Madrugada é um dragão todo colorido.
E incendeia a gente. Pra sempre.