Da minha casa. Não é mais há oito anos. E ainda bem que não é. Fazer esse percurso hoje, foi estranho. Ver que tudo continua igual, apesar das diferenças, também. As casas mais bonitas, agora têm grades e muros altos. Não se vê mais o terraço de Vera, nem se adivinha a piscina de Daniel.
Andar a pé, ficou ainda mais esquisito. Ninguém na rua. Portas e janelas fechadas. O asfalto só vai até a metade da Ulisses Montarroyos. Na outra metade, poeira, que faz o calor parecer ainda mais quente. Os prédios vizinhos continuam lá. Os antigos vizinhos, não.
Interfonei, abriram a porta e senti como se tivesse estado ali ontem. Eu fazia parte, eu era, eu estava. Eu, Pablo, mainha e vó Lu. Painho e Fredy, também. Mas, não por tanto tempo, não em tantas lembranças. Porque foi uma vida inteira. Dos cinco aos vintiseis.
O olhar sabe onde encontrar cada coisa. O coração sabe o que sentir em cada canto. A cabeça não sabe mais de nada. Confusa, misturando os tempos de antes e de agora. O sofá da minha mãe está na recepção.
Quis ir embora assim que cheguei. Mas, fiquei.
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