Veraneio era a casa com mais de cem anos em Porto de Galinhas. Chão de pedra. Cama de campanha para os mais velhos, colchão na sala para os mais novos. A espera do sol pelas frestas da porta pintada de vermelho. O barulho do mar, sempre o barulho do mar. O terraço de onde se avistava uma imensidão de areia branquinha. A água morna do primeiro mergulho. Só os olhos à vista. Nadar até os barcos, puxar a âncora e depois não saber como colocar no lugar. Passeio de jangada e medo de tubarão. Furar o pé no ouriço. Arranhar o joelho nas pedras. Esperar a moça da cocada, sentindo a tarde esfriar. Deitar no colo da avó. Sonhar ser sereia e acordar criança.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Dos janeiros e fevereiros.
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