Amanhã,
é outro dia. E amanhã, talvez, nem exista. Eu, amanhã, talvez, nem exista. Tenho
pressa, tenho essa urgência que me deixa com dor de cabeça e me faz arrancar a
unha do pé com a porta do elevador. O elevador que está sempre no nove e que demora
uma vida inteira pra chegar no terceiro andar. Eu ando pra lá e pra cá no
corredor. Eu ando em círculos. Eu paro. Mas, não tenho calma. Calma eu nem sei o que
é. Aí, você me diz "inspira, expira, presta atenção na respiração, que já vai melhorar". Mas, não melhora. Passo é mal de tanto oxigênio e meu coração acelera. Eu acelero e acho graça desse meu desespero, desmantelo. Preciso vencer esse hoje, mas ando tão desarmada.
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