quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Arrebentação.
Prende a respiração e mergulha. Estica a ponta dos pés pra ver se toca o chão, mas não. Quanto mais falta? Quanto mar falta? Emerge. Tudo é verde e azul. Tudo é horizonte e não há terra à vista. Nada, bóia, mergulha, mergulha, mergulha, mas não toca a areia, não sente o seu deslizar entre os dedos e isso lhe desespera. Respira. Conta. Faz de conta. Se deixa levar pela maré. Tudo que sente é o vai e vem das ondas. Na boca, sal. Nos olhos, sol. No desequilíbrio, se sente à deriva. Virou sereia e sonha com um porto seguro.
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