quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Às vezes, eu só quero deitar e esperar que isso tudo passe. Mas, isso tudo não passa é nunca. E me cansa andar pelos cantos, no escuro, assustada, com medo de doer demais. Tenho nadado em mares profundos. Tenho mergulhado em ondas gigantes. Tenho corrido maratonas inteiras. Todos os dias. O fôlego me falta, enquanto cumprimento as pessoas na rua, canto alto no carro, passo rímel nos olhos, faço piadas sem graça e rio de mim mesma. Porque sigo em frente. Porque é preciso seguir em frente. Aprendi que apesar da gente querer que o mundo pare e espere, o tempo é implacável e a vida voa. E eu vivo - aos trancos e barrancos, pensando que não vai dar e que não vou aguentar -ainda assim, eu vivo. E vivo é muito. Vivo intensamente, mesmo parada, olhando pro teto, matando monstros que ninguém mais vê.

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