quarta-feira, 8 de abril de 2009

De antigamente.

Meu pai escondia os ovos-gigantes-de-chocolate pela casa e a gente tinha que encontrar. Meu irmão sempre descobria onde estavam. Os dois, o meu e o dele. E dizia: “quem achou, ganhou”. Aí, eram gritos e lágrimas e pedidos implorativos pelo partido paterno. E nem precisava. Era só parte da brincadeira, que se repetia toda semana santa, todo santo ano. Depois, era a disputa pra ver quem demorava mais tempo pra acabar com os ovos. Quem vencia, se deliciava na frente do outro que, por sua vez, fingia não se importar. Morrendo de inveja e vontade. Vezenquando, acontecia do ganhador não agüentar e dividir o que sobrou com o irmão em questão, eu ou ele. Ninguém tinha dor de barriga, nem dor de cabeça, nem enjôo, nem essas chatices adultas de quando se exagera no chocolate. Talvez, porque não fosse exagero. Talvez, porque a gente nem soubesse o que danado era isso.

3 comentários:

ALINE disse...

E eu aposto que com tudo, com tudo... a gente era muito mais feliz!

Diana Valentina disse...

ai,delícia.
mas comi meu ovo de páscoa no dia 08 de março.
=DDD

Um dedo de prosa disse...

tão bom ler vc, Briza. parece que a infância ainda tá na minha sala, me chamando pra brincar. parece que a vida é menos séria e que a gente nasceu pra eternidade.
Deus abençôe seu talento, suas lembranças e seu futuro.