quinta-feira, 12 de abril de 2012
Dona Francisca, Iracema.
Pra mim, ela era a índia Iracema das Fortalezas. Velhinha já, porque essa história foi escrita faz é tempo. E mesmo os anos, 93, não lhe tiraram a beleza. Se podia adivinhar. No corpo, nos cabelos, no olhar. Olhar de criança, que ria triste. Mas, ria. E fazia pose pra tirar foto e pedia coca-cola mesmo sem poder e não tinha medo de avião e contava histórias de antigamente e cantava de saudade. A saudade hoje é dela e eu não sei cantar tão bonito. Mas aos pés de um coqueiro no Ceará, que ninguém sabe direito onde é que fica, se ouve um lamento de despedida. Ela atravessa o mar para chegar a esse rio que é dela. É lá que mora o estrangeiro, aquele que lhe espera, aquele que sempre lhe esperou.
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