sábado, 10 de novembro de 2012

Doida, só pode.

Risca paredes, bate portas, deixa o telefone tocar. Uma, duas, dez vezes. Grita e diz que a culpa é minha. Há culpa. Há angústia e esse aperto no peito. Deita na cama e olha para o teto. Às vezes, canta. Inventa uma dança. Assanha o cabelo e vai pra rua. Da varanda acompanho os seus passos. Olha porque me sabe e sorri, xeque-mate. Fecho as janelas, abaixo as persianas, apago as luzes. Por favor, não volte. Volta. O seu perfume se perdeu no caminho. Cheira a cigarro e cerveja. Adivinho o seu Carnaval. Mas, amanhã, querida, é quarta-feira de cinzas.

Nenhum comentário: