segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
A La Ursa quer dinheiro, que não der é pirangueiro.
Era uma praia de Porto de Galinhas sem turistas. Pelo chão de terra batida, lá vinha ela: a La Ursa. Gigantesca, mal encarada, monstro com olhos de gente. As pessoas batiam palmas e cantavam ao seu redor "a La Ursa quer dinheiro, quem não der é pirangueiro". Entravam nas casas, rodopiavam, dançavam, corriam atrás de um mal afortunado. Os adultos achavam graça. As crianças choravam. Eu ficava no terraço corajosa. O meu olhar atento seguia o bicho e ensaiava um sorriso pra disfarçar o pavor. Rezava pra que acabasse logo, pra que ela fosse embora, pra que ficasse longe de mim. E assim começava o meu Carnaval, sempre esse cavalo doido.
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