sexta-feira, 27 de maio de 2016

Toquei a campainha e corri.

Corri o mais rápido que pude. Mentira. Essa não sou eu. Toquei a campainha e fiquei. Resisti ao impulso de ir embora. Os pés pesando toneladas. Os olhos ardendo. As unhas roídas. O estômago revirando e aquela dor de cabeça-enjôo, tão conhecidos meus. Concentraria na respiração, se houvesse. Mas, o ar estava suspenso. A vida, também. Já o coração batia forte e o corpo todo palpitava, num ritmo acelerado. Podia parar, pensei. Podia sumir, eu. Se não fosse essa estátua, estática, de mim mesma. Um arremedo de medo, de um quase pavor. Mas, não me movi, não mexi um dedo sequer. Esperei. Espero ainda. Estou lá e lá é longe que só. Não me alcanço, mas me vejo por dentro e gosto dessa paisagem.


Nenhum comentário: