No abafado que faz. Na
água que esquentou. Nessas poucas linhas. Verdana, número 14. Entrelinhas
simples. Entrelinhas sempre simples. Prestar atenção na ponta do pé encostada
na parede. No teclado na ponta dos dedos. No gosto de chocolate que ficou na
boca. Na voz da moça. No telefone que toca. Prestar atenção ao que está ao redor, perto, ao
alcance das mãos. O caderno verde, o
lápis rosa, a bolsa azul. O cheiro conhecido da rotina. Nesse lugar comum,
aquieto o pensamento. Prestar atenção, me ancora no agora. Agora, presta atenção.
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Vi uma foto sua, menino, num dos quintais de Fortaleza.
E senti meu coração se encher de amor. Porque ele vive comigo. Ele, que é você, menino. Ele, que você, esse homem, leva na alma. Ele que faz palhaçadas pra me ver sorrir. Ele que faz da nossa casa, circo de lona colorida. Ele que inventa músicas, línguas, teorias pra desinventar as minhas certezas. Ele, que você leva no olhar pra vida, pro mundo, pra mim. Esse menino também levo comigo.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Queria te contar novos segredos.
Queria falar contigo sem medo, sem freio, sem culpa. Queria o teu não-julgamento. Queria ouvir o teu riso do meu atrapalho. Queria rir contigo do meu atrapalho. Faríamos as piores piadas e isso seria melhor que qualquer conselho ou sermão. Queria ouvir as tuas palavras e sentir calma. Queria saber do meu lugar no teu coração, minha casa nesse mundo. Ao invés disso, fico em suspenso. Olhando pro abismo. Sob os meus pés, o vazio. Hoje, não há nada mais presente que a tua ausência.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Gostar não tem hora marcada
Acerto ou conveniência. Não tem hoje sim, amanhã não. Gostar não tem medida, não tem boas maneiras. Gostar não tem educação. Gostar não tem estratégia, não tem fórmula, não tem redenção. É um abismo e a gente salta sem esperar sim ou não. Porque gostar não depende de resposta, nem de explicação. Gostar é o fim e é o meio. Gostar é um desmantelo. É um tipo doido de perdição. Gostar não tem saída, nem tem razão.
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Presta atenção,
ninguém sabe o que está fazendo o tempo todo. Ninguém é dono da razão. Tá todo mundo meio doido, tá todo mundo meio torto. Essa certeza absoluta é só fachada, é só conversa. As pessoas também estão quebradas, também estão sangrando. Não é só você. Nem sou só eu. Só há quem finja melhor.
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Você vestido de bruxa.
Roxo, preto e óculos. Por trás dos óculos, cílios. Os cílios
mais bonitos. E a boca. A boca. Adivinho o gosto de cerveja e cigarro. O gosto
de cerveja e cigarro de outros Carnavais. Já foram tantos Carnavais. Mas, esse não. Peraí,
esse não! Decidi numa mistura de teimosia, preguiça e cansaço. Mas, você
vestido de bruxa me puxa e me fala tão de perto. Tão de perto. E ali perto, a
sua casa. Ali, logo ali. A sua voz,
rouca. Cerveja e cigarro. O gosto, o cheiro e tantos Carnavais. Passa um
ônibus, o meu ônibus. Mais, dois ou três. Você sobe comigo, eu desço. Você diz que
sim, desobedeço. Você me puxa, de bruxa. Os óculos, os cílios, a boca. Feitiço.
Eu fujo. Por um triz. Essa foi por um triz.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Vem chuva.
A minha vontade é de ir ver o mar. Na rua vazia, ele fala alto. Alto e apressado, como se fosse urgente. E não é. A angústia aperta o peito, mas o amor me sopra redemoinhos. Tudo é mar.
sábado, 21 de novembro de 2015
Em mim, habita um animal feroz.
Que é todo pele, unhas e dentes. Um aguaceiro, uma torrente, um vendaval. Um cavalo doido, um Carnaval. Um animal feito de vontades imperativas. Que exige, que demanda, que tem sede e nunca cede. Um animal veloz que me distrai dos meus dias, dos meus planos, dos meus medos. Um animal desenfreado, que atropela a minha vida e me revira a alma, sem nem olhar para trás. Porque não conhece a culpa, mas também não conhece a calma. É desmantelo, desvario, desassossego. Esse animal que me arranha a carne e que liberta o que o tempo, as regras, os prazos, as contas e as convenções sufocam em meu coração.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Um colar de contas azul...
Um colar de contas azul de Salvador
e um café. Um café, que é só um motivo. E tudo que a gente precisa é de um
motivo que possa nomear. Porque motivos que não cabem em palavras, também não cabem no peito. No peito onde todo
o ar, foi substituído por alguma outra substância muito mágica e muito abstrata
e muito, muito, muito volátil. É isso
que eu respiro no café, azul, enquanto faço de conta.
Esses dias...
... Eu aceito o seu cansaço, as suas olheiras, o seu ranger de dentes no sono inquieto. Eu aceito o seu silêncio imenso e o seu desacerto no violão. Eu aceito o seu desassossego. Eu aceito quando me esquece por muitos minutos seguidos e depois aparece na porta do quarto pra ver se tá tudo bem, tá tudo bem. Eu aceito esse seu aperto no peito, essa agonia de quem precisa de calma e não tem. Eu aceito as suas pequenas fúrias e o seu desejo de fuga. Eu aceito. E você aceita o meu choro comprido. A minha falta de fome, a minha falta de sono. O meu aperreio, as minhas dúvidas, as minhas dúvidas, as minhas dúvidas. Aceita essa minha vontade de não sei o quê. Aceita a minha mania de falar sem parar e aceita quando me calo para nunca mais. Aceita as minhas inconstâncias, as minhas incertezas, as minhas intempéries. Esses dias, você aceita
sábado, 14 de novembro de 2015
Sobre o trator que passa por cima do seu coração...
... Quando outro coração falha. O maior, o mais forte, o mais generoso. Aquele que lhe tem mais amor. O atropelo que é. O desmantelo que é. E os segundos viram minutos, e os minutos viram horas. Em compasso lento de espera. Espera e alerta, enquanto o meu peito também aperta. Porque todos os meus sentidos estão com ele. Porque todo o meu ser é dele. Eu, pedaço dele solto no mundo. Eu, pipa solta no vento. Que nessa hora é forte, é tempestuoso, é imperativo e é Deus. Ajoelho e rezo. A fé também me falha (e falha e falha e falha), mas não falta.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Sinto que te navego.
Tu que és rio. Rio de águas mornas, onde me banho. De olhos
fechados, mergulho. Escuro, escuto o som das águas calmas. Nelas, afogo a
correria dos dias. Afago. Encanto. Canto de voz doce. Feito teu sorriso. Já os
olhos, correnteza. Queda de cachoeira. Prendo a respiração por um segundo ou
dois. Mas, só por um segundo ou dois. Porque depois, Caio. Sempre, Caio.
segunda-feira, 30 de março de 2015
Teve um aniversário teu, que foi meu.
De presente. Reencontro e
reconhecimento. Agradeço, agradeço sempre. Porque houve esse tempo, essa
pausa, esse parêntese na vida. Tu, na minha casa. De
novo, mas pela primeira vez. Meu aniversário, teu aniversário. Teu
sorriso. Teu riso silencioso, como disse Caio. A cerveja na Budega do
Véio. As histórias inventadas. O lanche de graça, porque "moça, é
aniversário dela". A praia preferida, onde ainda não tive coragem de voltar. Banho de mar. Odara e deixa eu dançar. Tu, tão bonita de vestido. Os acertos, os enganos. O que devia e não devia ser
dito, mas que agora pouco importa. O olhar, teu olhar. A alegria, minha alegria. O teu
suco de limão com enjoo. Como eu quis te cuidar e como tu não sabia
deixar. Puxa vida, Misson. A promessa de voltar, ficou só na promessa. E eu
continuo te devendo um Carnaval, esse cavalo doido. O meu sofá vai ser sempre teu, moça.
Daqui, te amo e te beijo.
Daqui, te amo e te beijo.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Aí, eu me distraio da correria do dia...
... E penso nessa morenice, de pele lisa e macia.
Nos cachos dos cabelos pretos, num assanhado bonito.
Nesses olhos de maré, sempre cheia.
No cheiro de roupa lavada, nos pés descalços, na voz mansa, no riso fácil.
No chá pronto, na cama quente, no banho gelado, na janela aberta.
Canto pra você, danço pra você e mesmo que não segure a minha mão, lhe sigo.
Nos cachos dos cabelos pretos, num assanhado bonito.
Nesses olhos de maré, sempre cheia.
No cheiro de roupa lavada, nos pés descalços, na voz mansa, no riso fácil.
No chá pronto, na cama quente, no banho gelado, na janela aberta.
Canto pra você, danço pra você e mesmo que não segure a minha mão, lhe sigo.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Minha, sua, nossa.
As palavras, minhas. Os silêncios, seus.
O violão e as cordas.
A música. Sempre há música.
Os papéis, os traços, as cores, os rastros.
Os passos descalços, a cama desarrumada.
Televisão desligada, janela aberta.
O riso solto. O choro fácil.
A construção, que é essa vida. Nossa.
O violão e as cordas.
A música. Sempre há música.
Os papéis, os traços, as cores, os rastros.
Os passos descalços, a cama desarrumada.
Televisão desligada, janela aberta.
O riso solto. O choro fácil.
A construção, que é essa vida. Nossa.
sexta-feira, 28 de março de 2014
Faltou te ensinar a boiar.
Era o mais importante.
Porque é muito mar, muito.
Faltou te dizer que a vida pode ser boa, fácil, leve.
É, verdade, a vida pode ser macia.
Faltou quebrar teus discos tristes.
Faltou apagar as palavras doídas do teu coração.
Faltou te fazer rir teu riso bonito até cansar.
Ou poder não cansar nunca.
Faltou fazer a tua dança feliz de olhos fechados durar pra sempre.
Faltou um Carnaval.
Ou dois.
Ou mais.
Porque é muito mar, muito.
Faltou te dizer que a vida pode ser boa, fácil, leve.
É, verdade, a vida pode ser macia.
Faltou quebrar teus discos tristes.
Faltou apagar as palavras doídas do teu coração.
Faltou te fazer rir teu riso bonito até cansar.
Ou poder não cansar nunca.
Faltou fazer a tua dança feliz de olhos fechados durar pra sempre.
Faltou um Carnaval.
Ou dois.
Ou mais.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Parece com o pai.
Moreno, doce, índio. Esse jeito rede na varanda, domingo de manhã, chuva no quintal. Cabelo assanhado, pés descalços. Abraço forte, riso fácil. Um olhar de rio, correnteza. Preto, preto, sem fim. De mim, o gosto pelo mar, o coração de Carnaval e o amarelo, como cor preferida. Esse menino, menina, que existe só em pensamento e que se chama João, Maria, Santiago, Manuela, amor.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Das impossibilidades.
Sobre você, em nossa foto, disseram: "é a de camiseta branca". Como se só a roupa nos distinguisse uma da outra. Um abismo se estreitou. Sorri e saltei, eu sempre salto. Mas, a verdade - a mais doída - é que nunca lhe alcançarei.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Dois presentes, meus.
29 de novembro de 1948. 01 de dezembro de 1953.
Foi aí que comecei a existir e nem sonhava.
Meu pai me quis brisa.
Minha mãe, pés no chão.
Um equilíbrio perfeito que desequilibro com o que me cabe de medo e desejo.
Se fosse pra escolher de novo, hoje, nos próximos mil anos, no tempo onde tempo não mais houver, escolheria sempre e pra sempre:
Marcos Mulatinho e Helena Sá Barreto.
Meus presentes nessa vida.
Onde o meu amor se aninha.
Foi aí que comecei a existir e nem sonhava.
Meu pai me quis brisa.
Minha mãe, pés no chão.
Um equilíbrio perfeito que desequilibro com o que me cabe de medo e desejo.
Se fosse pra escolher de novo, hoje, nos próximos mil anos, no tempo onde tempo não mais houver, escolheria sempre e pra sempre:
Marcos Mulatinho e Helena Sá Barreto.
Meus presentes nessa vida.
Onde o meu amor se aninha.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Lembrança, verdade ou sonho.
Tem essa lembrança, que não sei se é verdade ou sonho. Fim de tarde na praia. Chinelos na mão, pés na areia, vento nos cabelos. Tudo meio cinza. Céu e mar. Nenhuma explosão de rosas e laranjas entre nuvens. Nenhuma onda verde-azulada. Falta cor. Mas, não falta nada. Te conto de antes, de agora ou dos meus planos pra depois? Você tinha planos pra depois? Eu não. E fiquei. Enquanto você foi embora, deixando teu futuro sem dono. Não posso reivindicar em teu nome. Ninguém pode. Porque ninguém basta. Tenho essa lembrança do teu sorriso largo e do teu olhar antigo. Mas, não sei se é verdade ou sonho. E a única pessoa para quem poderia perguntar, me deixou falando sozinha.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Eu nem tenho nada pra lhe falar.
É só uma
desculpa. É só uma desculpa pra achar que você está logo ali onde eu posso alcançar.
Mas, a verdade é que você já foi faz é tempo e a verdade é que já fui também.
E tudo bem. Sobrevivemos e vivemos sem saber um do outro, sem saber se. Porque tem sempre esse se. Torneira que quase fecha, lâmpada que quase acende, rádio que quase sintoniza.
Atrapalho da realidade. Tropeço. Quase incômodo. Quase. Porque se fechar os olhos, posso ver você-gargalhada, mas isso não me impede de dormir em paz.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Sobre tu.
De um
ombro a outro, trilha. Nas costas navego, seda. Dessa tua cor que é solar, calor.
Afundo a mão nos teus cabelos, negros. Enquanto olho nos teus olhos, rio. Vem
tempestade. Tudo é turvo. Até que teu sorriso me sorri, menino.
sábado, 14 de setembro de 2013
Amigo-taxista
"Tava aqui conversando com essa senhora e ela disse que veio logo no supermercado hoje, comprar logo tudo, que amanhã tem parada, né? Tá sabendo, moça? É, parada gay. Vai parar tudinho. Fechar a Beira-mar e parece que a Navegantes também. Só quero ver onde é que o pessoal que vem pro banho vai ficar. (...) Mas, isso já tá virando comum, sabe? Sabe por que? É tudo gente de bem. Os gays. Tudo médico. Filho do dono do hospital, a novela mesmo mostra. Antigamente, gay era a coisa mais escondida. Agora, não. Olhe, eu preferia ter um filho ladrão, que um filho gay. Porque ladrão, era ladrão, mas era homem. Tinha três, quatro mulheres... Sim, porque roubava muito, tinha muito dinheiro. Mas, gay, isso não é certo não. Um homem tem que fazer papel de homem. Um homem tem que querer uma mulher, não é pra querer outro homem não. (...) E tem as moças, né? Sapatão. Mas, aí é diferente. Lá na Usina Catende mesmo, tinha uma sapatão que se apaixonou por mim. Foi. Se apaixonou, que não teve jeito. Só pediu pra eu manter segredo e eu mantive. Mas, ela se apaixonou, viu? Ficou doidinha."
domingo, 1 de setembro de 2013
Ela pediu, eu escrevi.
Depois
de 3 dias e 3 noites, Teresa voltou. E voltou como se nada tivesse
acontecido. Veio de bicicleta, amarela. Sabe-se lá, onde encontrou,
comprou, ganhou. Desconfio que ganhou, porque Teresa é do tipo que
ganha. Chinelo, vestido e cabelo amarrado. Cheirosinha, a danada. Disse
que tinha fome, como se fosse tudo que precisava me dizer. Nenhuma
desculpa. Nenhuma conversa, nem fiada. Sentou ao meu lado, tomou café
com muito açúcar, comeu pão com muita manteiga, levantou e foi pro
quarto, porque tinha sono. Antes, se espreguiçou e pude ver mais daquela
pele morena, que se adivinhava quente. Derreti.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Não tenho mais as tuas cartas.
Não tenho mais carta nenhuma, te falei. Mas, os teus e-mails, guardei todos. Há um tempo atrás, até comecei a apagar as mensagens mais antigas, sabe? Mas quando chegaram as tuas, não tive coragem. Agora, não tenho é coragem de olhar a minha caixa postal. Tenho medo de encontrar as tuas palavras da semana passada, do mês passado, de um ano atrás. Tenho medo de ler sobre os teus sonhos e planos. Tenho gastura só de pensar em ler sobre a tua saudade, porque hoje a minha não cabe em mim e nem todas as palavras descreveriam. Tenho medo desse próximo e-mail que não virá.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
I miss you.
Eu não sei o que acontece depois. Da vida, sabe? Se a gente acaba ou continua. E se continua, como é. Quero acreditar nesse segunda opção e que agora tu vai viver a maior aventura de todas. E não vai sentir nem dor, nem medo. Aquela melancolia costumeira, não vai mais existir. Tá, pode não ter cerveja e cigarro. Pode não ter. Mas, tenho certeza que um tio meu que está por aí e que se chama Eduardo, vai te ajudar. Vai ser fácil reconhecê-lo, ele tem os olhos mais azuis e o riso mais bonito. Pode parecer meio chato a princípio, mas é só impressão. Vai passar na hora que ele te cantar as músicas de Chico no violão. Violão há de existir e vocês vão achar graça, quando se derem conta que a gente que fica aqui é tão pouco, é tão bôbo. Sim, porque a vida precisa ser maior. A vida precisa ser maior que a vida, feito meu amor por tu. Tava pensando e acho que foi uma sorte danada tu ter vindo de novo e dado uma segunda chance pra gente. Ainda bem que te levei pra dançar Odara, consegui um salgadinho grátis de aniversário, te mostrei a Pequena Havana e os seus mistérios e o Recife do lado de lá, só para iniciados! Que tomam banho de mar, quando a onda quebra nas pedras. Lá, onde a gente tirou aquela foto feliz. Nada foi errado, Misson. Nada. Chorei no aeroporto quando tu foi embora, com medo de não te encontrar de novo. Mas, te encontro. Sempre. Dentro de mim. Te levo comigo. Leva um pouquinho de mim contigo também.
Boa sorte, meu amor.
Boa sorte, meu amor.
domingo, 21 de julho de 2013
Fecha os olhos, mas continua vendo.
O barulho dos carros lá fora, tráfego agitado em dia de chuva. É dia de chuva, mas não faz frio. É noite. A cabeça pesa uma tonelada. Lateja, dói, esquenta. Gelo, melhora? Sono, não melhora. Sono, nem vem. Está em silêncio. Mas, sei que as palavras estão todas ali. No ar. Enche o peito delas e prende a respiração.
domingo, 23 de junho de 2013
Para Manuela
Manuela,
hoje, o seu pai faz 40 anos. Você ainda tem seis meses e não sabe o que isso significa. Bom, eu tenho 38 e também não sei. A gente pensa que quando crescer, vai ter menos perguntas e dúvidas. Vou lhe contar um segredo: o que acontece é exatamente o contrário. Mas, não se preocupe. Você tem ao seu lado uma das melhores pessoas desse mundo! E isso é uma sorte danada. Posso lhe garantir, porque também tenho um pai, que é um presente de Deus. Sinto a sua força, o seu cuidado e o seu amor a cada instante.
Sabe, acho que você foi uma surpresa pro seu pai - assim como eu, para o meu - que acabou se tornando a coisa mais maravilhosas da sua vida. Posso imaginar que para ele, os dias ficaram ainda mais bonitos, mais coloridos e cheios de graça. E olha que ele já carrega tudo isso no peito. Nunca vi uma pessoa tão alegre, corajosa e otimista. Com força bastante para seguir adiante, mesmo nos momentos mais difíceis. O seu pai é campeão. E sabe fazer a gente se sentir campeã também. Foi assim comigo. Sei que vai ser assim - ainda mais, muito mais! - com você, que leva no rosto, o olhar e o sorriso dele.
Manuela, você é o maior presente que o seu pai poderia receber. Uma benção, uma pedrinha preciosa, uma luz que brilha intensamente nesse coração colombiano-brasileiro de 40 anos e muitos, muitos mais pela frente! Que Diós te bendiga, angelito.
hoje, o seu pai faz 40 anos. Você ainda tem seis meses e não sabe o que isso significa. Bom, eu tenho 38 e também não sei. A gente pensa que quando crescer, vai ter menos perguntas e dúvidas. Vou lhe contar um segredo: o que acontece é exatamente o contrário. Mas, não se preocupe. Você tem ao seu lado uma das melhores pessoas desse mundo! E isso é uma sorte danada. Posso lhe garantir, porque também tenho um pai, que é um presente de Deus. Sinto a sua força, o seu cuidado e o seu amor a cada instante.
Sabe, acho que você foi uma surpresa pro seu pai - assim como eu, para o meu - que acabou se tornando a coisa mais maravilhosas da sua vida. Posso imaginar que para ele, os dias ficaram ainda mais bonitos, mais coloridos e cheios de graça. E olha que ele já carrega tudo isso no peito. Nunca vi uma pessoa tão alegre, corajosa e otimista. Com força bastante para seguir adiante, mesmo nos momentos mais difíceis. O seu pai é campeão. E sabe fazer a gente se sentir campeã também. Foi assim comigo. Sei que vai ser assim - ainda mais, muito mais! - com você, que leva no rosto, o olhar e o sorriso dele.
Manuela, você é o maior presente que o seu pai poderia receber. Uma benção, uma pedrinha preciosa, uma luz que brilha intensamente nesse coração colombiano-brasileiro de 40 anos e muitos, muitos mais pela frente! Que Diós te bendiga, angelito.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Tudo é líquido.
Nada fica
ou retém. As ondas quebram e cegam os seus olhos. Espuma e sal. Sob as águas,
porque não há santidade. Vai com a maré. Resistência é só cansaço. Mergulha no
azul sem fim. Todo peso do mundo, não pesa mais nada. Antes de
perder o fôlego, emerge e morre pra viver mais.
domingo, 7 de abril de 2013
Tem esses dias em que eu não sei dançar.
Não ouço a música, se é que há. Só ouço o grito. O grito e o silêncio, que fala ainda mais alto. Tudo me dói. Ou não sinto nada. Quero alcançar esse lugar, que não sei onde fica. Mas, não consigo me mover. Olho pra baixo e mordo os lábios. O sangue à flor da pele, mas não aflora. Foge. Acelera e acelera o coração. Descompassado. Desesperançado. Você segura a minha mão e me leva. Eu sigo, sem sair do lugar.
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