quarta-feira, 30 de abril de 2008

Das entregas

Tinha esquecido do perigo que é colocar o seu coração nas mãos do Outro e dizer: toma, faz o que quiser. Porque você tem uma espécie de fé cega de que não-claro-que-não essa pessoa – não essa pessoa no mundo – vai me machucar. Como se o amor ou a amizade fosse impedimento para tal. Não é. E dói, ó. E é sempre um susto. Sempre. Dos não-felizes. E fazem com que a gente perca o sono à noite e passe todo o dia seguinte com dor de cabeça e angústia no peito. Ainda bem que passa. Sempre passa.

Uma observação: continuo sendo muitomuitomuito a favor de ser a Zona de Conforto de quem a gente gosta. Vamo tentar, né, minha gente? Assim, com dedicação, fé e força.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Porque tem dias em que não se amanhece.

Mentalmente, percorreu as horas que se seguiriam e não encontrou motivo pra sair da cama. Ouviu o telefone tocar. Uma, duas, três, dez vezes. Pensou em quem poderia ser e não encontrou motivo pra atender. Não queria fazer perguntas, nem pensar em respostas. Sabia da impossibilidade de explicar o que não cabe em palavras. Lembrou da noite anterior e de como dissimular alegria, entristece. Sentiu todo o cansaço dos últimos dias, dos últimos meses, dos últimos anos. Quis afundar na cama como quem mergulha em água morna. Quis descansar daquela pele, daquele corpo, daquele coração que tiquetaqueava sobressaltado, porque não conhecia outro ritmo que não fosse essa agonia. Desejou se perder de si mesma de uma vez para sempre. Nunca conseguiu.

terça-feira, 15 de abril de 2008

9 dias.

Ele acha que 10 dias é pouco tempo pra resolver tudo que precisa. Eu acho que 10 dias é muito tempo, porque esperar é sempre demais. De qualquer forma, agora são 9. Mas, tá tudo bem, apesar da distância e da saudade. Como diz Tatit, a gente precisa aprender a ficar feliz com as cotidianices e parar de enfeitar a dor. Eu concordo demais. E faço feito ela. E tento todosantodia. Tem funcionado. Dessa vez, nem antecipei a tristeza da despedida e aproveitei o fim de semana como se nem. Aprendizados. Desde então, tenho corrido. Na agência tá tudo meio parado, fora daqui miliuma coisas pra fazer. Ontem, teve almoço feliz, pão de queijo no Paço e lançamento de projeto na Joaquim Nabuco. A noite ia terminar muito bem, se soubesse lidar com as pessoas que amo (se soibesse lidar com as pessoas). Mas, pra isso, ainda falta um tanto. E chorei, chorei, chorei. Pedi desculpas, ouvi desculpas e fui dormir com coração apertado. Porque não passa assim de uma hora pra outra. Hoje, foi dia de fazer compras até então adiadas com direito a almoço porcaria porque ninguém é de ferro. Cansada. Bem muito. Quero a minha casa, a minha cama e aquele livro lá. Demora.

terça-feira, 8 de abril de 2008

sexta-feira, 4 de abril de 2008

É assim.

Eu escrevo pra não vomitar, porque é um mundo de sentimento aqui dentro e não tenho com quem compartilhar ou não tenho como compartilhar ou. Nunca aprendi e guardo e guardo. Uma hora, mingua ou transborda. Conforme for. Não queria ser tão subliminar. Não queria que os detalhes todos fizessem tanta diferença. Não queria que as datas me doessem. Fico imaginando se não sofro à toa. Penso que sim, mas hoje sei que não é escolha e não me culpo mais.

Pode mexer no meu cabelo agora.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

É um tempo de aprendizado, esse.

Tenho me sabido tão mais. Tenho me prestado tanta atenção. Tenho gostado da minha companhia, sabe? Pra variar. Pra variar, depois de anos e anos. Tenho mais consciência dos meus pensamentos, sentimentos e movimentos. Tenho mais consciência até da minha inércia. Sei o que me faz bonita e o que é feio em mim. Sei o que me alegra e o que me dói. E tudo me completa, me constrói, me faz maior, melhor. É um tempo de morar aqui dentro e ser um bom lugar. Pra mim.

Das escolhas.

Há alguns meses, fiz uma escolha. Mas, não consegui convencer a mim mesma de que era a melhor. Era a mais prática, a mais econômica, a mais segura. Já a melhor, não sei. Nunca soube. E isso me consumiu o pensamento por dias e noites. Muitos dias e muitas noites. Aí, como não tinha jeito, assim, a curto prazo, deixei pra lá. Relaxei e resolvi aproveitar. Consegui, mas muito não. Não tanto quanto queria e devia. Agora, vou ter a chance de escolher de novo. Não por querer, mas por ter que. A vida se encarrega de pôr as coisas no lugar. E meu lugar não é mais ali, não é mais ali, faz tempo. Ontem, a notícia me pareceu um problema. Hoje, sei que é solução. O que sinto no coração é alívio. Ainda bem que não posso fazer nada. Na-da.