segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Novembro no Rio de Janeiro III

No café da manhã do hotel, só se falava espanhol. Vários sotaques diferentes dessa língua que, durante anos, habitou a minha casa e a minha alma. Acordei num país estrangeiro e fazia sol. A intenção era ir até o centro. Mas, intenção é só uma ideia. No caminho: Copacabana, Botafogo e Flamengo, que nem reparei da primeira vez e hoje achei tão bonito! Penso que deve ser muito melhor passear ali entre-árvores, que no sol inclemente da Avenida Atlântica... Ao invés do centro do Rio de Janeiro, fui conhecer o centro de Niterói. Na ida, travessia de balsa. Na volta, atravessamos a ponte gigantesca. E era tanto barco. E era tanto mar. Antes, foi bonito ver o Rio de Janeiro do Mac e descobrir que a praia ali na frente é a de Boa Viagem. Podia mudar de cidade, sem mudar de bairro. Na volta, Sambódromo, Cemitério do Caju, uma catedral igualzinha a de Fortaleza e uma comunidade com casinhas azuis de Iemanjá. Parada em Botafogo, pra ver o Pão de Açúcar exatamente como nos cartões postais, que é o que não falta nessa maravilha de cidade.

Rio de Janeiro em novembro (II)

Ipanema de manhã cedinho. Ruas de acesso à beira-mar já interditadas. Gente chegando de tudo que é canto, de tudo que é jeito pro domingo na praia. Finalmente, fez sol. Metrô até o Largo do Machado com seus velhinhos e flores. De lá, pro Cosme Velho, passando pelo bairro das Laranjeiras que satisfeito sorri. Sinto que meu coração se apaixonando pelo Rio de Janeiro de prédios antigos e morros atrás dos prédios. Taxistas dizem que é muito melhor ir com eles até o Cristo, mas é preciso subir naquele trenzinho vermelho cheio de turistas italianos que falam muito e falam alto. Só param na hora de disparar os flashes das suas supercâmeras para fotografar jacas. A cidade vai ficando lá embaixo e lá em cima o que se vê é um Cristo Redentor cercado de nuvens, abençoando a cidade coberta por um véu branco. É como se não houvesse nada além daquele lugar, daquele momento. E a turista italiana diz "que pecado!". Eu acho bonito. Mas, mais bonito é quando o céu se abre e descortina um Rio de Janeiro, maravilhoso. Almoço no Catete. Vontade de ver o Aterro do Flamengo, mas fica pra outra hora. É preciso chegar na Urca e pegar o bondinho pro Pão de Açúcar. Uma babilônia. Lá no alto, lá no mais alto possível, vejo a cidade em seu esplendor e penso que nunca vi coisa mais linda nessa vida. Parada na padaria. Sanduíche com suco de laranja e a costumeira displicência carioca. Na volta, passeio por Copacabana. Gente andando, correndo, passeando de bicicleta, de skate, de patins. Depois, pôr do sol em Ipanema. Azul, púrpura, cor de rosa em laranja. O céu pegou fogo.

sábado, 6 de novembro de 2010

Rio de Janeiro em novembro

Uma viagem de três horas que dura uma noite inteira. Um mar de nuvens, antes de avistar o mar da Baia de Guanabara. Olha a Ponte Rio-Niterói! E os barcos parecem de brinquedo. Cinco horas da manhã no meu relógio. Seis, na cidade onde tinha acabado de chegar. O aeroporto é menor do que eu pensava e as pessoas não são todas lindas como na televisão. Um café com leite e um misto quente, por favor. Ônibus que vai pra Alvorada e passeia pelo Centro. O Recife aqui e ali, nos prédios que parecem aqueles que ficaram na Avenida Guararapes. Flamengo, Botafogo, Copacabana, Ipanema, Leblon, Gávea, São Conrado e Barra. E é muito mar nesse Rio de Janeiro. Muito mar e muita pedra. Frio na barriga cada vez que olhava pra baixo e via o mar quebrando nas pedras. Mar, quebrando, pedras. Chovia. Choveu o dia inteiro. Hotel cheio de espelhos, banheira e cheiro de madeira. Avenida Francisco Otaviano, esquina com Nossa Senhora de Copacabana. Passeio pelo Arpoador. Uma cidade tomada por todos os sotaques. Carne assada e batatas coradas no almoço na varanda do restaurante onde não haviam cariocas.