domingo, 30 de dezembro de 2007

Constatações de dia 30

Eu tenho medo do silêncio que faz em minha casa.
Aqui, nunca faz silêncio, mesmo quando me calo.
E eu me calo sempre, mesmo quando canto.

Não sei se quero ir, mas também não sei se posso ficar.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

Diarices.

Sábado. Noite mal dormida. Saudade e preguiça. Preocupação candanga. Café da manhã de Maria. Praia, sombra e água fresca, em garrafa de vidro. Amedoim sem casca. Vendedor de tudo que é coisa. Conversa cheia de graça. Vento no cabelo. Sal na pele. Maresia no olhar. Piscina pra dois. Sabonete de canela. Shampoo de abacate. Macarronada no almoço. Filmes chatos. Misto quente, café com leite e Coca-cola na Diplomata. Presente para casa nova. Leitura em voz alta e quem olhará por mim se não Sofia? Lua quase cheia. Janelas abertas. Fernanda Takai canta no quarto: Que você venha pra modificar. Antes de dormir, experimentos fotográficos e medo de que um fantasma aparecesse bem no meio da foto. Domingo, quase tudo se repete. A diferença foi o sol mais forte, o amendoim com casca, o queijo assado, a dor no braço, o passeio no shopping, a impossibilidade de comprar presentes e o jantar de noite feliz antecipado.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Do cansaço absoluto.

Por que tudo tem que ter essa carga emocional arrebatadora?
O portão de ferro, o banco verde, os oito gatos, a garrafa de coca-cola, a lua crescente?
Por que as coisas não podem ser só as coisas?
Começar e terminar nelas mesmas?

Preciso descansar o coração.
De verdade.

Um Ps.: Não acho que mentiras menores são menos graves.

Depois, depois.

Pensei que tinha me curado (mesmo que provisoriamente) da ansiedade, desse quase desespero, mas meu estômago dói e denuncia que não é bem assim. Engraçado é que esses dias, não tenho pensando em nada que me atormenta. Mas, as preocupações estão todas lá, guardadas pra posteridade e deve ser por isso que ando tendo os sonhos mais esquisitos. O problema é que o que não resolvo imediatamente, me consome. É a força do hábito rangendo os dentes. Só que não quero mais ter pressa, porque tenho essa mania de ir tomando decisões na mesma medida em que as dúvidas vão aparecendo. E isso não dá certo. Na verdade, dá muito errado. Na maioria das vezes. Escolhi esperar. Mesmo que doa, mesmo que. A minha vida vai andar exatamente pelo caminho que construí nos últimos meses. No que depender de mim. Porque há sempre o Outro e o Acaso. E esses, não têm governo. Embora, também não sejam meus guias. Não mais.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Do ócio.

É tão fãcil bagunçar a vida, mas pra ajeitar depois demora outra vida inteira.
Isso, quando se consegue.

Olhando assim de fora, pode parecer que eu tô triste, mas nem tô.
É uma outra coisa, uma espécie de cansaço, mas que também não é.

Talvez, eu não esteja assim, eu seja assim.
E me importo cada vez menos com mais coisas.

Mas, quando você vier, vou te dar amor.
Se você quiser.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Eu não queria te precisar.

E queria que você entendesse isso.
Não é uma escolha, é mais uma falha.
Dessas grandes.
Hei de consertar.
Só não sei quando, nem como.

Quem é que sabe, né?
Quem é que sabe qualquer coisa nessa vida?

Tô cansada, faz calor e a minha cabeça dói.
De novo.

Preciso dormir, mas parece que esqueci como se faz.

Ma-as, nem tudo está perdido:
as chaves do apartamento estão na minha bolsa.
É só chegar.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

De pai pra filha.

Ontem, ele me disse que quando o amor é de verdade não acaba nunca.

É feito ouro, que não mareia.
Galo de rinha, que não foge da briga.
Cachorro de raça, que não chora quando lhe apertam o pescoço.

Entendi.
Entendi demais.

E o presente de aniversário (dele), quem ganhou fui eu.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Ciranda, cirandinha.

O anel que tu me destes, quebrei.
Como se fosse vidro.
Os estilhaços me ferem a alma.
E eu sangro todos os dias.
A sorte é que o amor que tu me tinhas, guardei.
Como se fosse ouro.
As lembranças me iluminam a alma.
E eu amanheço todos os dias.

Nessa ciranda, você dança comigo.
A minha mão na sua, a sua vida na minha.
E é um carrossel de gente
marcando o ritmo com o pé esquerdo.
É pra esse lado que a roda gira,
o mesmo lado que o coração tiquetaqueia.

Ontem, eu queria falar de amor.

Mas, as palavras, todas elas, calaram. Ficaram dançando em silêncio aqui dentro.

Inventando história. Fazendo festa.

Era dia.

Quando cheguei em casa, encontrei um tesouro dos mais ricos. As letrinhas enfeitando um papel de agenda com um desenho tão bonito, que chegava doer.

Li de um fôlego só, porque sou assim de uma vez. Depois, deitei na cama e fiquei ali, olhando pro teto e absorvendo aquilo tudo. E era como me olhar no espelho. Por dentro. Do avesso.

Sei da angústia e da agonia ali impressas. Se pudesse, soprava tudo isso pra longe. Mas, vai além de mim, te atravessa. Como uma ferpa, enfiada bem no coração. Machuca, mas salva a vida.

Prometo guardar a tua dor.
E do teu amor, ser relicário.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Essa semana,

a minha vida tem visita.
Eu aprendo e apreendo.

E acho graça dos bilhetes que encontro no quarto, onde desencontro o que procuro.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Fui dormir ainda eufórica.

Acordei às 2h. E acordei pra valer. E quis decidir a minha vida, mais uma vez, antes da hora de sair pra trabalhar. Porque preciso dessa sensação de estar no comando. Mesmo que não seja nada disso, mesmo que seja a vida e não eu, quem dita as regras. O fato é que, aqui e ali, posso escolher. E preciso ter certeza dessas escolhas. Mesmo que seja uma certeza temporária, falsa até. Não importa. E essa noite, as dúvidas despertaram junto comigo. E eram muitas. Eram todas. E não tinha ninguém pra conversar. Talvez, nem adiantasse ter alguém pra conversar. Porque a gente não consegue explicar a dor, nem a alegria pro outro. Assim, exatamente. É você e só você. Junto com uma infinidade de pensamentos que ficam ali, embaixo do tapete, esperando a hora (o gesto, a palavra, etc, etc, etc.) de semear a confusão. Acho que a hora é agora. Até porque, depois, pode ser tarde demais. Depois, é sempre tarde demais.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dois em um.

Ele diz que tá nervoso do lado de lá, eu fico do lado de cá. Porque tenho essa necessidade de cuidar, que não se acaba. É um compromisso assumido pra vida. De livre e espontânea vontade. E que se renova de quando em quando. Pelos motivos mais inesperados. Feito agora.

O telefone toca e meu coração acelera no mesmo ritmo. Quero saber. Queria estar lá. Das impossibilidades que me apertam o peito.

Aí, digo que não precisa se preocupar, que vai ficar tudo bem. Porque vai. Porque é preciso e merecido. E eu torço. E desejo uma felicidade tão sublime, que nem sonho pra mim mesma. Penso que nisso tenho fé. Tanta, que quase posso tocar.

Se isso não for amor, desses, de doação e entrega, não sei mais o que é.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Do que não tem fim.

Sempre vai faltar ser alguma coisa, fazer alguma coisa. Sempre.
E é pra lá que se olha, que o dedo aponta.
Todo resto, não é suficiente.
Nunca foi, nunca será.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Quarta-feira,

pensei te entender.

Senti um quase-afeto.
Porque há uma promessa não cumprida, que não se acaba.
De um tempo mágico, que ele me ensinou ser diferente do cronológico.

Hoje, te desentendi.
E senti aquela angústia costumeira.
E já nem sei se é por tua causa ou por tua pessoa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sai de mim.

Hoje, acordei como se tivesse despencado aqui na minha vida. Vinda, não sei de onde. Indo pr´esse lugar que eu mesma escolhi. Eu, de antes. Eu, de ontem. Não essa que acordou às setiquinze estranhando o corpo, a cama, a casa.

Penso que é a vertigem da mudança. Essa montanha-russa amarela que dá voltas na barriga. Respiro fundo. Conto até 10. Mato as caraminholas antes que criem asas. Expulso o medo e a dúvida no suor da correria do dia. Até chegar aqui, que é agora.

Na janela, a lua sorri.
Crescente, como eu.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Os pés, pelas mãos.

De incostância, eu entendo. Sou feita desse material. Sei das mudanças, que vem e vão com o vento. Assim, como das marés, que são de lua. Mas, não sei como você consegue rodopiar tão rápido em volta de seu próprio eixo. Tanto e tantas vezes. E o mais grave: sem sair do lugar. Mesmo a quilômetros de distância. Penso que deve haver o buraco, bem aí, embaixo de teus pés. Qualquer dia, vupt, você vai acabar caindo na sua própria armadilha. Lá embaixo, estarão todas as margaridas despetaladas, na sua brincadeira de bem-me-quer-mal-me-quer.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Das distâncias.

Eu escrevo teu nome nessas pedras, que vou jogando por onde passo. No fundo, espero que você me siga, mas não tenho coragem de pedir. Aí, tem gente que vem, sem nem ser chamado, sem nem se importar com o fato do nome escrito ali , ser outro. As pessoas não ligam pr´essas pequenezas, sabe? Eu ligo. Ligo pra tudo. Sou mais de detalhes, que do todo. Sempre fui. O fato é que fico olhando pra traz pra ver se você tá vindo e já tropecei umas quantas vezes. Esses dias mais. Isso porque não sinto teu cheiro no ar, não ouço o teu riso passeando pelas horas. E sinto falta. E sinto um quase-medo. Embora, não tenha a menor idéia de quê. Sabe quando você pressente o monstro no escuro, mesmo sem poder vê-lo? É assim. Não sei se você entende, não sei se alguém entende e, realmente, não me importo. Não me importo mais com um monte de coisas. Dos benefícios do tempo. Hoje, parei e sentei bem aqui na beira desse rio que me atravessa. Só pra te pensar bem forte e te fazer sentir amor do lado de lá. Sim, porque você ainda não atravessou a ponte, bem sei. Mas, ando me sentindo fraca e cansada. Tenho andado demais, jogado pedras demais, esperado demais e você não me alcança. Talvez, seja melhor mergulhar e afogar os pensamentos. Espero que você consiga chegar a tempo e salvar os mais bonitos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Quero que você me adivinhe.

Porque não posso e não quero mais tentar traduzir o que é indizível. Não posso e não quero mais tentar nomear o que não cabe em palavras. Vou me desfazer no ar. Se for da sua vontade, me inspire.

Das diferenças.

O meu tempo é pra ontem. O teu, pra depois de amanhã.

Do que permanece.

Quando falei sobre o que doía, ele disse: “a gente vê como é que faz”. E não foram palavras vazias. Porque a gente já viu como é que se faz algumas vezes nessa vida. E não foi uma, nem duas. Aí, você sente que não está só. E não é só de amor. De amor romântico. É só, no mundo. É saber que na hora da confusão, ele vai segurar forte a sua mão, olhar bem nos seus olhos e dizer que vai ficar tudo bem. Mesmo que você sinta o mundo desabar aos seus pés e o caos impere a sua volta. Não importa. Ele não vai se deixar levar. Não sem você. Não vai lhe deixar cair, nem tropeçar. Porque existe um compromisso, um acerto, um laço que não se desfaz, apesar da distância, do tempo e da correria dos dias. Algumas coisas são, não estão. E é disso que eu tô falando. De eternidades e certezas.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Queria silenciar o pensamento.

Que grita aqui dentro. Grita tão alto que faz a cabeça latejar no mesmo ritmo, que não serve para dança, que não tem nada de música, que arranha as paredes e arrepia a pele. De repulsa.

Ím-par.

Quando me falou de amor, não disse um nome, mas um número. Um número ímpar. Pensei que assim não era possível ser par. Sem o risco da entrega total. Sem colocar o coração nas mãos de alguém, uma só pessoa, escolhida entre todas, e dizer: é teu, faz dele o que quiser. Se doando um pouco a cada um, não se entregava nunca. Permanecia em seu próprio eixo, enquanto os outros orbitavam ao seu redor, numa brincadeira sem fim. O que parecia uma aventura, era a mais segura das escolhas. Mas, era escolha? Não sei. Não sei mais.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Ela já tinha feito aquele desenho.

O mesmo desenho de seis anos atrás, sem nem se dar conta de que hoje as cores são tão outras. Levantou a voz e quis impor o pensamento. Não recuei. Permaneci em meu lugar, no lugar que escolhi. Rebati os argumentos com as minhas verdades. Sem me importar se parecem certas ou erradas, mas sabendo que são minhas. Finalmente, aprendi que não posso sentir o mundo com o coração dos outros. E eu tentei. E tentei mais de uma vez. Principalmente, por ela, pra ela. Em vão. Porque o que vai na essência, não muda, não se adequa, não em mim. Ontem, mostrei que os meus passos, não têm nada de absurdos ou irracionais. O que acontece é que a minha lógica é outra e nela acredito com força e precisão. Por pouco, não comecei a chorar, porque ando cansada, porque é uma vida inteira, porque são as mesmas armas machucando as mesmas feridas. Mas, me mantive firme e até sorri no final. Ela também.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Vezenquando,

te sinto alienígena, nesse meu planeta.
Orbitando ao meu redor, mas sem morar em mim.