terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Aí, você quer e tenta ser muitomuito otimista.

Mesmo com o mundo desmoronando ao redor.
E é difícil porque, de repente, parece que as pessoas desistiram ou se conformaram – apesar da dor e da tristeza desmedidas ou por causa da dor e da tristeza desmedidas.
Acaba que me sinto ingênua demais ou informada de menos, não sei.
Toda rotina se transforma e, ao mesmo tempo, tudo continua igual.
.
Cansaço e ainda nem começou.
Ou já teria terminado?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Eu esqueço de você muito.

Depois, lembro.
E penso em você muito.
Aí, chegam essas palavras que conseguem romper a distância.
De espaço e de tempo.
Porque foi numa outra vida que você veio me visitar.
Tenho as melhores e as piores lembranças.
Porque eu era assim tão completamente.
Não sei se sou ainda.
Não sei um monte de coisas e aprendi outras tantas.
Mas, você não sabe.
Você não sabe mais de mim.
E tudo bem, porque também não sei de você.
Mas sinto saudades da sua voz, do seu sorriso e desses seus olhos antigos.
Nunca mais vi- verei.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Eu não gosto do finzinho da tarde.

Não é dia, nem é noite.
E tem um jeito de "pronto, acabousse".
Também não gosto de estar aqui sozinha.
Tem dias em que a gente precisa ainda mais do Outro.
Mas, minha cabeça parou de doer, depois de quatro dias e isso só pode ser um sinal de que as coisas vão melhorar.
Hão de.

Um avião deve cruzar os céus do Brasil daqui a alguns dias.
E eu vou mudar de casa e de vida mais uma vez.

Pensava nele e a cabeça doía.

Pensava naquele lugar e a cabeça doía mais ainda.
Quando o corpo diz não, o jeito é aceitar.
Ou sofrer as consequências.
Hoje, não quis sofrer as consequências.
Não quis sofrer.
Porque sinto tudo, tanto, o tempo todo.
E ando cansada.
Extremamente cansada.
Abençoados sejam os dias de férias que virão.
Embora, não resolvam, ajudam.
É bom almoçar a comida feita em casa.
Ouvindo Maria falar que não arrumou meus livros porque são muitos e tinha medo de colocá-los no lugar errado depois.
Respondi que nem sabia pra quê tantos, que acho difícil ler todos numa vida só, nessa vida só.
E que os que ela viu lá são só a metade.
Quando se decide deixar pra trás uma vida em plural, metade dos livros vão morar numa outra estante, numa outra casa.
É triste sim.
Mas, depois de um tempo, a gente descobre que o amor sobrevive ao fim.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Eu me sinto diferente a cada dia.

Mas pego sempre o mesmo engarrafamento na volta pra casa.
De carona ou de ônibus.
Pra essa casa ou pr´aquela outra, não tem jeito.
É quase uma hora vendo os carros, os prédios e as gentes.
Nessa época do ano, tem também as luzinhas de Natal.
E essa noite, Júpiter e Vênus se avizinhando à Lua.
Ontem, Pablo me mostrou:

- Olha como a Lua tá linda com essas duas estrelinhas perto.

Não eram estrelinhas, eram planetas.
Mas, a gente não sabia e achou bonito mesmo assim.
Queria comprar luzinhas pra colocar no apartamento da Domingos Ferreira.
Queria fazer um jantar no dia 24.
Minha mãe disse que conversa com Caio quando ele chegar.
Porque ela acha que eu não entendo dessas coisas.
E tem razão, eu não entendo dessas coisas.
Mas, entendo de outras tantas, que eles nem desconfiam.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Vezenquando, a rotina muda e a gente muda com ela.

Acordo de manhã com o quarto iluminado, cheiro de café e pão torrado.
Ouço os dois conversando na cozinha e quero estar lá, quero fazer parte.
Às vezes, tento. Às vezes, não.
Sinto muita preguiça sábado de manhã. Domingo, também.
Mas, gosto de ir até à praia.
Ficar olhando as pessoas, sentada na cadeira colorida.
A gente conversa sobre tudo, mas nada importante demais.
Porque não é tempo de falar sobre coisas importantes demais.
Os dias têm sido de céu muito azul.
Naquele trecho, a areia não é tão povoada.
A menina de olhos verdes brinca na piscina de plástico.
O pai pede pra colocar mais um guarda-sol depois das 11h.
Que é quando vou embora.
O calor me dá dor de cabeça.
E a sombra não diminui o mormaço.