quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Ai, ai.

Toda novidade traz esse rebuliço, esse fora-do-lugar. E a gente fica tentando arrumar tudo, estabelecer a lei e a ordem. Mas, o que é novo escapa. Não encontra morada. Porque ainda não há.

Eu acredito.

O que ele não entende é que as palavras proferidas com fé tem poder de oração. Ecoam aqui dentro. Por horas seguidas. Ameaçando o que só agora volta a florescer e é ainda tão frágil.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Aprendizagem.

O céu sem nuvens. O sol que deixa o branco dos muros ainda mais branco. Os carros com pressa de sexta-feira. O sinal verde, vermelho. Ele do lado de lá. Ele do lado dela. E a raiva de antes que derrete no calor do abraço de agora.

Tudo é uma questão de tempo-espaço. Tu-do.

De longe, observo.

Ela começa a tecer uma nova história. Dessas de amor, que são as preferidas. Os fios invisíveis, cruzam os quilômetros de distância. Tocam a pele, afagam, alentam. E do outro lado, a criança se deixa envolver. Porque é quente e macio. E o mundo, o mundo é tão hostil. Percebendo a entrega, ela se deleita. Trabalha dia e noite. Atravessa as horas, os dias, os meses. Incansável. Sonha acordada e faz planos mirabolantes. Inventa novas cores pra enfeitar o desenho, que é sempre dos mais bonitos. Espalha palavras doces pelo caminho e espera que as letras sejam devoradas. E são. Sempre são. Os corações têm fome de afeto.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Do que nunca muda.

Ela canta pra você e eu silencio.
Sei que não tenho esse direito, mas o coração não tem lei.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Eu te escrevi uma carta ontem à noite.

Em pensamento. Nela, te confessei os meus erros. E te confessei também o meu amor. Ou coisa que o valha. Porque é difícil se nomear o que não se entende. E eu não entendo o que sinto por você. Mas, a verdade é que não consigo escrever o teu nome na lista do não-querer.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

De todos as cores, azul.

De todas as flores, gérbera. Reza toda noite antes de dormir. E nunca esquece de agradecer pelas bonitezas do dia. Agradece também pelo que é feio, mas engrandece. Acredita que o sofrimento enobrece, mas nem sempre, porque prefere o caminho mais fácil. Põe o pé direito pra fora da cama primeiro. Herdou algumas supertições. Além do riso fácil e do olhar ágil. Está sempre apressada e atrasada. Fala mais com as mãos, que com a boca. Pensa mais rápido que fala e quase não fala o que pensa. Aprendeu a ser comedida. Tropeçou muitas vezes no caminho. Já se apaixonou pra sempre. Já morreu de amor. Não acredita mais em príncipe encantado, mas torce pra que lhe provem o contrário todo-santo-dia.

Sinais.

"Lá vem o Carnaval no seu cavalo doido, minha gente!"

E apesar dos gritos alarmados do velhinho, o pessoal da Prefeitura continuou decorando as ruas da cidade com as cores de Momo.

sábado, 12 de janeiro de 2008

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Da menina.

Ela veio andando em sua direção. Havaianas verdes, vestido preto, cabelo combinando. Era toda dança. Se pudesse adivinhar, diria que era samba. Mas, não a conhecia mais. Não a re-conhecia mais. No meio do caminho, ela deu meia-volta. Como se perdesse a coragem ou a vontade. E ele sentiu o coração apertar pela possibilidade dela ir, sem nem chegar. Levantou de um salto, no exato momento em que ela olhou pra trás e começou a rir daquele jeito esquisito como se sentisse cócegas em todo corpo. Algumas coisas não mudam, pensaram. Os dois. Ao mesmo tempo. E, de novo, no mesmo lugar.

E continua
(só não sei quando)