sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Alívio.

Foi bom falar com ela sobre esses assuntos que sempre causam estranheza. Não demonstrou susto, nem surpresa. Tratou como coisa corriqueira, o que sempre é visto como gravidade. Gostei da desimportância.

domingo, 29 de novembro de 2009

29 de novembro.

Quando era pequena, ficava zangada com meu pai, quando ele falava que alguém tinha dito que eu parecia com ele. Eu dizia que não, de jeito nenhum, que todo mundo sabia que eu era a cara da minha mãe, que achava mais bonita.
O que eu não imaginava é que anos depois, a pessoa com quem eu mais gostaria de parecer nesse mundo seria ele.
Foi por isso que no dia 7 de fevereiro, o segundo dia mais triste de 2009, senti alegria quando ele me disse que, como tio Dudu tinha ido embora, eu ia ter que ajudá-lo a carregar o estandarte da irreverência.
E quando ele diz isso, entendo que fala dessa vontade de viver à vida de acordo com a fé que se tem. No que seu coração deseja com mais força. Não sei se consigo. Não sei se ele consegue mesmo hoje, aos 61. Mas, sei que ele tenta e tenta com força. Também quero tentar e peço a Deus que me dê coragem, porque é disso que a gente precisa nessa vida que, como ele diz: se a gente não abrir os braços, engole a gente.
Dele, herdei o amor pela vida, a alegria nas pequenas coisas e o coração de Carnaval. Com ele, aprendo que é preciso se colocar no lugar do outro, que a primeira impressão nem sempre é a verdadeira e que é importante olhar o bonito das pessoas, porque defeitos e pequenezas, todo mundo tem.
Só posso achar graça quando ele me diz que queria me dar mais. Sinceramente, acho que não seria possível.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O que eu desejo.

Desejo que haja cumplicidade.
Que o entendimento aconteça no olhar.
Que as palavras sejam estilingues e não pedras.
Desejo que haja tolerância e muita paciência.
Que os defeitos de um, não machuquem o outro.
Que as qualidades de um, não ofusquem o outro.
Desejo que o tempo seja generoso
Que os dias passem em paz.
Que as noites sejam de festa.
Desejo que a a rotina não seja cruel
Que a paixão seja sempre descoberta.
Que o abraço seja sempre conforto.
Desejo que as vontades caminhem de mãos dadas
Que as diferenças e distâncias só sirvam para aproximar.
E que a fé no amor, seja salvação para todos os dias.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Na queda.

O coração acelera do susto e o corpo esquenta. A dor só vem depois. A pele arranhada, arde. Ou, a alma.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Se eu pudesse parar, pararia.

Já não rôo mais as unhas. Tenho esse vermelho que me cansa nas mãos. Arranha os olhos. Arranha as têmporas, essa dor que não passa. Enjoei desse cheiro de cânfora e os remédios já não fazem efeito. Nem o sono.

Essa noite, o lençol azul e branco descobriu a cama. Sonhei com o de antes. Acordei, saudosa.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Era brincadeira de roda, carrossel, ciranda.

Pés e mão em círculo, pés e mãos em dança. Horas seguidas, dias seguidos. A tontura era de matar. Mas, a vertigem era a guia. Se fechassem os olhos, caiam. Mantinham os olhos abertos e sorriam em agonia.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

De antigamente.

Ele tinha 14 anos, era paulista e surfava. Da nossa turma, era o único que namorava. Duas Julianas antes de mim. Quando pensava nessas coisas, achava que ele era muito mais esperto que eu, que ainda brincava de boneca. Duas Barbies.

As minhas amigas não sabiam que ainda brincava de boneca. Como pulei um ano no colégio, as meninas tinham 13, 14 anos, enquanto eu ainda ia completar 12. Nessa época da vida, um ano faz uma diferença medonha, entre usar sutiã ou não, por exemplo.

Mas, aí, esse menino, aquele do começo do texto, começou a me paquerar. Eu sentia muita vergonha e achava muito impossível, porque as outras meninas eram muito mais mulherões que eu. E sabidas. E já tinham beijado na boca e sabiam super bem o-que-como-fazer.

No dia em que ele disse que queria falar comigo, gelei. A sorte é que a mãe da melhor amiga chamou pra jantar nessa exata hora e fomos todas pro 801. Comer, não pude. Fiquei repassando o que me ensinaram: abre a boca e coloca a língua dentro da boca dele. Ok, acho que consigo.

Depois, fomos em comitiva até a garagem, onde ele estava me esperando. Entre meninos e meninas, uns dez. Ouvi um assovio. Fiquei parada, sem entender, enquanto me empurravam em meio aos vai-lá-é-ele. E fui. Coração explodindo de nervoso no peito. Ele pegou no meu cabelo e perguntou se eu queria levar a sério. Como assim, levar a sério? Tava rolando alguma coisa entre a gente e eu nem sabia? Mas, a única resposta ensaiada e possível era sim e foi exatamente o que eu disse, feito noiva no altar: sim!

Na hora do beijo, houve aplausos. Findo esse momento, cada um foi para um lado, contar aos seus pares detalhes sobre o acontecido. Foi aí que descobri que NENHUMA das meninas tinha beijado antes na vida e achei que eram umas sacanas me jogando na fogueira daquele jeito! Chateada, fui brincar com o irmão mais novo do então namorado, pegando baratas pelas antenas, que era coisa menos nojenta.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Você diz, eu não acredito e tanto faz.

Quase não me importo.
Mas esse quase, ainda é muito.
Sinto uma irritaçãozinha besta. Passa já.
O que não passa é essa dor de cabeça e esse cansaço.
A semana já tá terminando e mal começou.
E hoje, tenho muito trabalho.
Muito trabalho e um leão pra matar.
Não é um dia diferente dos outros.
Você quase não se importa.
E esse quase ainda é pouco.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Estranhamento

Tá tudo tão tão esquisito, mas se você me perguntasse porquê, não saberia explicar.
Parece que é muita coisa, mas talvez não seja coisa nenhuma ou quase nada.
É confuso, dolorido e não me deixa dormir há duas noites.
Queria poder me salvar e lhe salvar dentro de mim.
Tenho conseguido, mas não é trabalho fácil não.
Fui ali no Paço passear.
Comprei "A Rebelião de Lúcifer", espero que seja bom.
"Minha Querida Sputinick", vai acabar antes de voltar pra casa.
Achava que ia voltar pra casa hoje, me enganei.
Quis comprar presentes, mas me faltou inspiração.
Quis tomar um espumone, mas faltou quem me acompanhasse com o capuccino.
Na volta, passei pelo Porto e senti saudades do tempo em que minha mãe trabalhava perto do cais, dos dias em que ia com ela, das gentes novas, das máquinas de escrever, dos papéis amontoados, das canetas, dos carimbos, do cheiro de biscoito que vinha da fábrica da Pilar.
Vi o Forte do Brum aberto e quis ir conhecer, mas o chefe já tinha me chamado pelo celular.
Na Ponte Limoeiro, tentei ver a Cruz do Patrão, mas não teve jeito.
Uma vez, passando por ali, ele me disse que tinha fantasmas de escravos lá.
Dias depois, passando por ali, o vi de mãos dadas com uma menina que não era eu.
Malassombros.
A gente não consegue escapar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Do que dói.

Quantas vezes mais vou chorar ali naquela janela amarela, olhando o muro da casa ao lado sem ver nada, além do que vai lá dentro e que dói? Quase não agüento. E não é isso ou aquilo. É tudo junto e tudo junto é demais.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Agosto.

Roí as unhas por medo que ele adoecesse. Nesse mês de agosto que se arrasta. Mês de dois dos meus leões. Dos primeiros amores, já tão esquecidos. Mês em que perdi a minha vó e a minha vida do jeito que conhecia. Mês de noites insones, em que me perguntava que bênçãos me protegeriam dali em diante. Quando descobri a Morte e o Medo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Plaft.

Olhando assim, ninguém diz que está quebrado.
Tinha que ver muito de perto pra saber.
Tinha que tocar até.
E faz tempo que não deixo.
Porque não interessa a mais ninguém, além de mim.
E mesmo eu, não posso fazer mais nada agora.
Quebrou, partiu, não tem mais jeito.
Mas, a vida segue e a gente segue junto como se estivesse inteiro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cansaço

Só consegui dormir depois das duas da manhã.
Acordei me sentindo fraca e cansada.
Acordei me sentindo sozinha também.
Porque, no final das contas, é assim que é.
Perto ainda é fora.
O Outro é sempre além do que vai dentro da gente.
Ainda mais quando está longe.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dos dias da semana, sábado.

Na Livraria Cultura, comprei "Após o anoitecer" e "Minha querida Sputnik", de Haruki Murakami. Ambos com precinho camarada no MaisCultura. Acho válido.
Por falar em livros, tô lendo três ao mesmo tempo e não consigo terminar nenhum: "A caixa preta", "Casório"* e "Verônica decide morrer"**
Um não tem nada a ver com o outro. O que é ótimo, porque tenho uma opção pra cada estado de espírito. Mas, sinto falta de acabar o que começo.
Ainda teve passeio no Paço, que é o shopping mais bonito e menos viável dessa cidade. Pra não dizer que nunca comprei nada lá, teve uma blusinha, uma sandália e uma bolsa. Nas lojas mais barateiras, claro e que já fecharam, inclusive.
Outra coisa ótima de lá é o café delicinha da São Braz, considerando excelência na categoria café com leite e capuccino, por mim e pelos meus.
Na saída, a gente ficou ali na Rua da Moeda, parado, encantado, vendo um senhorzinho ensinar os meninos a tocar samba do bom.
De lá, Observa e Toca Malakoff. Lançamento do CD Uhuuu do Cidadão Instigado, que não conhecia e gostei que só.
Antes, teve uma palestra chatinha sobre composição em guitarra, que se salvou quando um rapaz muito moluscolama perguntou:

- E esse nome, tem algum significado simbólico?
- Nome? Do disco?
- É. Hu, hu.
- Não, é Uhuuu. Uhuuu! E Catatau ainda fez um hang loose pra ilustrar...

A novidade boa é que agora tem feirinha no Recife Antigo aos sábados. E que tem uma barraquinha com colares de bolota muito lindos.
A novidade ruim é que o Galerias fechou. Puft. Acabousse. Depois dos anos todos de história e dos maltados de Clarice, a Lispector.

* Anos atrás, li Melancia, Férias e Sushi, todos das mesma autora. Esse tempo todo, achava que eram várias histórias das mesmas personagens. Só nesse último, descobri que os livros tem personagens totalmente diferentes e não são uma continuação. Ah, tá. Mas, que parece, parece.
** É o segundo livro de Paulo Coelho que leio na vida. O primeiro foi "O alquimista" e achei muito bobinho. Tenho esperanças nesse outro.

sábado, 8 de agosto de 2009

Virtus et fides

Há três anos, tentava ir com Caio no Forte Cinco Pontas, que é dos lugares mais bonitos dessa cidade.
Nunca dava certo. Hoje, consegui.
Ele parecia menino pequeno.
Olhando cada canhão, tocando pra sentir o peso do tempo, descobrindo a origem.
Depois, corria para o lugar onde os soldados ficavam de vigília e imaginava o que não estava mais ali.
Gostei da brincadeira.
Só tive medo de passar pelo túnel de fuga.
Mas, fui. E pensei nas pessoas todas que passaram por ali.
Não é uma sensação muito boa.
Calorzinho bom no coração, dá quando a gente vê escrito: bandeira do Recife sempre no alto.
E descobre o que cada símbolo significa:
O azul do nosso céu imenso, o branco da paz, a estrela de nossa província, o sol, que aqui começa a clarear o continente, a cruz, homenagem aos colonizadores cristãos, o leal flamengo, símbolo real de coragem, o lema latino "virtus et fides" - "força e fé" do nosso povo.
Força e fé, que é o que a gente mais precisa nessa vida.

Dos mistérios.

Sonhei com uma mulher dizendo: Só tenho ciúme da cor vermelha e do meu marido.
Não somos casados diante das leis de Deus, nem das leis dos homens.
Mas, eu sou mulher dele, que tem nome de árvore: Jatobá.
O mais estranho é que a mulher era Regina Duarte, há 15 anos atrás mais ou menos.
Minha mãe sugeriu que escrevesse no blog, para o caso de algum dia fazer sentido, coisa que não acredito que aconteça.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Em Recife, outra vez.

Cheguei sexta à noite. Estranhando tudo, detestando tudo. Muita luz, muito carro, muita buzina. Excesso. Desordem. Confusão. A minha vontade era ficar bem quieta num canto, até essa agonia passar. Ainda não passou.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Quinta-feira

Saí de manhã pensando em ir até aqueles apartamentos que ficam depois, bem depois, do relógio de flores.
Tomei banho, me arrumei, fui até o Bonanza e voltei.
É que não tinha ninguém na rua e fiquei com medo de perambular sozinha por aí.
Almoço no Chez Selfice.
Depois, fui até o centro buscar os copiões e cópias de 15 x 21 para exposição na Casa Galeria Galpão.
Uma correria medonha e eu esbaforida do sobe-ladeira pra chegar lá.
Vi a performance dos meninos da Carne de Porco.
E acho que chamar esse momento de performance é um negócio muito esquisito.
Depois, voltei pro hotel sentindo um não-sei-quê podia nomear de tristeza, mas nem era.
Ele diz que não sei definir direito os sentimentos, que misturo tudo e eu acredito.
Porque não é a primeira vez que alguém me diz uma coisa assim.
À noite, teve show de Nação Zumbi, mas a gente acabou nem indo.
Assisti Simplesmente Feliz e não gostei tanto assim.
Amanhã, partiu Recife.
Não quero mais ficar.
Nem poderia, se quisesse.
Hotéis superfaturando.

Em resumo.

Andei muito pela cidade.
Levei muita chuva, senti muito frio.
Conheci quase todo o comércio do centro.
Lanchei no Pérola.
Finalmente, encontrei o Palco da Cultura Popular, onde vi teatro de rua, afoxé e declamadores.
Vi também um bloco carnavalesco passando na frente da Prefeitura.
Visitei a exposição Arte no Casarão e não entendi nada.
Fiz o papel de assistente extra-oficial na Oficina Apreendendo o Tempo.
Fui ao Parque Ruber Van Der Linden, conhecido Pau Pombo, depois de quinze anos.
Fui até a Catedral, onde fui paquerada por um velhinho muito incoveniente, que insistia em segurar a minha mão e me avisou que estava sempre ali naquele horário.
Assisti Caramel, que é lindo.
Assisti um documentário chamado Terra.
Vi um reisado pela primeira vez na vida.
Achei o Bradesco.
Tomei muito café e muita sopa.
Comi mais do que deveria e menos do que gostaria.
Terminei de ler Big Love e comecei Caixa Preta.
Vi o show do Del Rey e não adorei.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Diarices.

É estranho quando o seu companheiro de viagem dá aulas o dia inteiro.
Até dá pra sair e passear, mas a graça não é a mesma.
Você não tem com quem comentar tudo que vê, ouve e sente.
Fora que minhas andanças por Garanhuns dão sempre uma hora, pra onde quer que eu vá, nem mais, nem menos.
A programação do Festival só começa lá pelas cinco da tarde.
Ou seja, manhã toda sem ter o que fazer, almoço feliz no intervalo da oficina Apreendendo o Tempo e tarde sem ter o que fazer até quase a noite chegar.
Aí, pra não ficar no hotel, caminho, mesmo sem ter pra onde ir, porque não há muito pra onde ir, na verdade.
E o bom é que mesmo quando faz sol, feito hoje, não faz calor.

domingo, 19 de julho de 2009

Só pra constar.

A viagem pra cá foi tranquila e é coisa muito boa nessa vida passar pelo túnel Cascavel no meio das pedras.
Senti saudades de Diva Perla, minha amiga, com que vim pra Garanhuns há mais de 15 anos.
De lá pra cá, meu senso de orientação não melhorou.
Almoço no Restaurante Terraço na Av. Rui Barbosa super vale a pena.
Prato pra duas pessoas, dá para três tranquilamente.
Se uma das pessoas, no caso eu, está de dieta, dá pra quatro.
As pessoas estão usando todo o figurino de inverno, mas a verdade é que nem tá tão frio assim.
Só quero ver se quando sair agora à noite, vai sair fumacinha da minha boca.
Um aviso aos que vierem e passarem pelo Parque Euclides Dourado: muito cuidado na hora de entrar no pavilhão de artesanato, você pode acabar sendo entrevistado ao vivo para Rádio Poesia.
Eucalipto é uma árvore muito linda e cheirosa.
Vi quatro crianças ruivas, QUATRO numa tarde.
Será que é o clima europeu?

Garanhuns.

Nunca, nunca mais nessa vida, vou alugar uma casa ou o que quer que seja, sem ver primeiro. Mesmo que as referências sejam boas. Não vale a pena. É só dinheiro e tempo gastos, além de muita dor de cabeça. E quando falo isso não é sentido figurativo.

Pois bem, antes de vir aqui pra Garanhuns consegui uma casa ótima, por um preço razoável. Sala, cozinha americana e uma suíte. Ok. Eu e Caio dormimos no quarto e os dois amigos dele na sala. Não seria o melhor dos arranjos, mas também não seria o pior.

Chegando aqui, depois de três horas de viagem, descubro que a sala com cozinha americana, não existe. É só um corredor com pia, fogão e geladeira. O banheiro, fica no caminho para o quarto e NÃO TEM PORTA. É claro que no corredor-sala-cozinha não cabem dois colchões, portanto todo mundo dormiria no quarto, que também não tem porta, já que os ambientes interagem. Quer dizer.

Fazia tempo que não sentia tanta raiva, tanta chateação. Pior, que encontrar hotel em tempo de Festival de Inverno é coisa muito difícil. Mas, deu certo e estou aqui usando a Wireless de um apartamentinho ótimo. Preocupada com os dois moços que chegam mais tarde. Que é outra coisa muito chata: resolver pelos outros, ainda mais quando não se conhece os outros tão bem assim.

Ano que vem, a estratégia vai ser outra, tenho nem dúvida. Agora, vou ali descansar e esperar Caio chegar com as malas e as novidades da nossa ex-morada na cidade das flores.

sábado, 18 de julho de 2009

Tudo pronto.

Casa alugada, malas arrumadas, carona combinada.
Amanhã de manhã, partimos pra Garanhuns.
Festival de Inverno com temperatura chegando nove graus.
Ainda bem que tô melhor da gripe.
Já a ansiedade, só piora.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Estranhamento

Estou na casa de Dona Helena, minha mãe. Estranhando tudo. As rotinas, os espaços, a claridade. É sempre assim quando volto. Normalmente, passa rápido. Dessa vez, tá demorando. Já, já volto pra casa. E vai ser outro processo de acostumamento: com o clima temperado e as cores amenas, com a ausência de sol e o cheiro que me faz espirrar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Lejos.

Eu não devia ficar triste porque ele vai passar uma semana longe. Eu não queria ficar triste. E a verdade, é que nem precisava. Isso porque quando um avião cruza os céus do Brasil, de Recife para Fortaleza, me mudo da Domingos Ferreira para Conselheiro Aguiar. Fico ali naquela casa bonita e iluminada d’onde se avista o mar. E eu gosto. Mas, só gosto depois.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diarices.

Sempre é muito melhor do que eu lembro.
Esse ano, teve Dominguinhos, teve Elba Ramalho e não sei mais quem, porque saí quando ainda faltava uma atração.
Teve brincadeiras de São João, teve touro mecânico e comidinhas impossíveis pra quem está de dieta.
Teve livro sobre propaganda pernambucana que valia quinhentas estalecas.
Sim, estalecas, feito no Big Brother.
E tudo bem, né? Porque a festa é da Globo.
Teve abraços dos queridos que não via faz é tempo.
Teve muito riso, muita gritaria, muita bagunça, muita dor nas costas, muita sopa na volta pra casa, que tava morrendo de fome.

Volto na Dra. Nutri dia 30 e queria ter emagrecido mais uns dois quilos até lá.
Queria mais, claro.
Só que preciso ser realista, porque não é fácil.
Apesar dos esforços todos.
Glicose continua uma doidice mesmo fazendo tudo direitinho, comento tudo direitinho, fazendo os cálculos todos de insulinas de correção e cobertura.
Mas, sou brasileira e não desisto nunca.

Lendo livro bestinha, mas que entretem.
Tentando comprar livros sérios, mas o site da saraivapontocom, sempre dá erro no final e me deixa na dúvida do compreinãocomprei.
Os atendentes on line já devem me conhecer, porque.
Feito os amigos taxistas, ali da minha área.
Queria muito que eles não sentissem a necessidade, quase compulsiva, de me contar toda a sua vida.
De manhã cedo, tudo que eu quero é vir bem caladinha e quietinha pro meu trabalho.
Num transe de quase-sono.
Mas, as pessoas interagem comigo.
Interagem e interferem.
A senhorinha pra quem peço almoço, por exemplo, perguntou se tive dificuldades em ligar mais cedo, porque cheguei 15 minutos atrasada.
A patrulha está em toda parte, minha gente. To-da.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

“Aí, a gente vê o que faz”.

Não foi a resposta certa para pergunta que não houve.
Ou seja, precisava nem dizer nada, nera?
Se bem que, às vezes, fico instigando e deve ser muito insuportável ouvir & calar.

Almoçamos no chinês e o biscoito dele veio sem sorte.
Em compensação, a minha dizia que vou ganhar um presente há muito esperado.
Só que isso foi no sábado e até agora nada.

Tá, ganhei dois convites pra essa festa disputada de hoje.
Mas, nem queria ir.
Portanto, não se encaixa na categoria “há muito esperado”.
Muito antes pelo contrário, se a gente for considerar.
A não ser que tenham trocado meu presente, o que sempre pode acontecer.

Gosto de vir trabalhar pela beira-mar, ainda mais quando faz sol.
Se acerto o horário e vejo meu pai correndo no calçadão, o dia é de sorte.

Ontem, assisti “A festa da menina morta”.
Não sei se gostei, mas me deu uma angústia medonha.
Fim de semana, vi Intrigas de Estado e entretem.
Também assisti Sete Vidas (chorei, chorei, chorei), Dia dos Namorados Macabro (muito apropriado para sexta-feira, dia 12) e Pagando bem, que mal tem.

Cada vez tenho menos paciência e vontade de gentes.
Isso me assusta, mas muito não.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Doamor.

Caixa de entrada. Apagar mensagens. Aí, descobri aquela sms de dezembro no celular que recebi domingo. A única que escapou. Enviada justamente pelo responsável por transferir os dados de um aparelho para outro. Suspeito assim. Achei graça e tive vontade de sair da reunião só pra telefonar e dizer que achei a coisa mais linda. Porque o amor também se fortalece nessas delicadezas. Eu acho.

Hoje tô sentindo ondas de ternura. Sem falar da saudade. Sinto muita saudade sempre. E queria que meu presente chegasse hoje e não lá pelo dia 17, nem sei quando é o dia 17. É um agrado, do jeito que me é possível fazer. Preferia estar perto no dia do aniversário e ouvir todas as histórias entre-sorrisos, porque é assim que ele me fala: entre-sorrisos. É bonito que só, é único e é eterno, não tem jeito.

Dia-a-dia-a-dia.

Enxaqueca. Dorflex, não adianta. Neosaldina, não adianta. Cafiaspirina, adianta, mas não resolve. Até saí mais cedo ontem. Vinte minutos salvadores, porque não tava mais agüentando e precisava da minha casa, da minha cama e daquela sopa gostosa que ele faz.

Difícil foi atravessar uma Agamenon-Magalhães-Domingos-Ferreira sem fim.

Tinha as duas meninas moluscolama falando que o show do Eddie foi absurdamente caro (25 reais), porque “os caras voltaram de São Paulo com o rei na barriga”.

Depois, passaram para os comentários a respeito da vida profissional: “eu dei muita sorte, porque saí do mestrado já com emprego. Passei na seleção, fiz o treinamento e fui efetivada na mesma semana. Isso não acontece sempre, né? Tô dando aula de inglês, não é a minha área, mas já é um começo”.

E eu queria não participar. Mas, era muito impossível. O mais grave é que uma delas falava “bicho”. “Bicho”, sabe? E minha cabeça doía insuportavelmente.

Depois, teve a mocinha evangélica cantarolando hinos de louvor. Atrás de mim. Talvez, fosse a minha salvação, mas é que ontem não tava dando mesmo.

E, por fim, o casal de meninas com anel combinado. Perguntei a hora pra uma e a outra me lançou um olhar fulminante. Merecia mesmo. Pra fechar o dia.

Uma hora inteira pra chegar em casa. E ainda bem que ele tava me esperando e me dengou bem muito. Mas, melhorar, não melhorei, hein? Tempos difíceis esses de TPM, gripe, enxaqueca e abstinência das delicinhas que acalmam o coração.

Domingo, Dona Helena foi almoçar lá em casa e levou a lasanha preferida. Resisti, mas passei a tarde abusada. Porque sou cheia de mimimi. Mas, ela ficou ali no sofá e eu deitei ali no colo dela e cochilei enquanto assistiam filme.

Aliás, foi só o que fiz nesse fim de semana: cochilar. Benegripe pode ser usado contra insônia, certeza. Aí, tive sonhos muito esquisitos. De acordar e não consegui contar com crises de riso e de acordar pedindo abraço, de tristeza.

Só fui ali no shopping fazer compras, numa manhã de céu azul clarinho, feito o de Fortaleza. Depois, a gente viu Mulher Invisível e riu que só. O filme é maisoumenos, mas Selton Melo sempre salva, amém.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cansaço.

Uma dor de cabeça que não passa há três dias é uma coisa muito desesperadora. Cada vez que a glicose baixa, piora. A glicose tem baixado muitas vezes. Vou mandar e-mail pra Dra. Nutri com os últimos resultados todos e ver se ela concorda que devo diminuir a insulina de correção ou a insulina de cobertura.

Fico imaginando que esse assunto não deve interessar pra quem lê, assim como não interessa pra quem falo. Mas, não dá muito pra pensar em outra coisa. Fora gripe, né? E tpm. Ou seja, nada ajuda.

Queria ir pra casa, tomar aquela sopa gostosa que ele faz e ficar deitada na cama até melhorar. Porque tem horas que parece que não vai melhorar, sabe? É muito tempo, muito analgésico e não resolve. Melhora, mas não passa. E aí, glicose baixa de novo e tudo recomeça.

Segue a vida.

Não contei que assisti Heróis e Che, que a ex-síndica conseguiu ser extremamente irritante essa semana, que desisti de ir pro jogo do Brasil, que decidi que a minha próxima morada tem que ter uma varanda.

Aff.

Fazer dieta não é fácil.
Fazer dieta e contagem de carboidratos pra saber quanto de insulina vou ter que tomar de acordo com o que comer é ainda mais complicado.
Fazer dieta e contagem de carboidratos pra saber quanto de insulina vou ter que tomar de acordo com o que comer e ainda checar quanto está a glicose naquele momento, pra somar uma insulina de correção, nem se fala...
É um teste de persistência e paciência.
Coisa que você já não tem, quando precisa abrir mão de montes de gostosuras.
Pra completar, a glicose não obedece as regrinhas matemáticas, embora eu obedeça as regrinhas da Dra. Nutri.
Mas, vamo em frente, que é preciso ter muita fé nessa vida.

terça-feira, 2 de junho de 2009

É que foi muita coisa.

Na quinta, a gente conseguiu chegar antes das sete e dez no cinema, para assistir “O Casamento de Rachel”. Só que com uma semana de atraso. O filme tinha saído de cartaz, mas esqueceram de avisar aquele site: pernambuco ponto com barra diversão.

Aí, a gente acabou vendo uma comedinha italiana, cujo nome não me recordo agora. Até gostei do filme, naquela linha entretenimento e pipoca.

Chateação foi um casal, que não era um casal, ficar conversando o tem-po-to-do. E não era baixinho não, era uma coisa mesa de bar, com gargalhadas e tudo mais.

Em determinado momento, uma senhorinha reclamou, perguntando pro rapaz, se ele podia falar mais baixo. A resposta foi: “posso não, gata”. Exatamente assim.

Pensei em chamar alguém pra falar com ele, alguém que resolvesse. Mas, acabei deixando pra lá e ficando com muita raiva da minha própria pessoa, por me incomodar e não fazer nada a respeito.

Na sexta, crise familiar alheia. E me comovi e me envolvi e voltei pra casa sentindo dor de cabeça, cansaço e desesperança.

Aí, quando cheguei, soube que tinha um escorpião no apartamento. Vivo e de verdade. Nunca tinha visto um assim de perto nessa vida.

Fiquei com medo de que se proliferasse. Fiquei com medo daquele ser um escorpião-explorador e de que, depois dele, viessem aos milhares. Mas, não. Foi um só e está preso e sobrevivendo no ex-porta-talheres.

Lá pelas dez da noite, começaram a chegar os convidados para o casamento. Sim, teve casamento naquele restaurante vizinho. Decoração com luzes verdes na parte de fora e rosas, na parte de dentro. Tinha um bolo suspenso com andares e música ao vivo. Tudo muito fino.

A noiva chegou de limosine e fez dancinha na hora de tirar fotos. Descobri que gostava dela nesse exato instante. Houve um tempo em que sonhei casar assim.

A festa foi até depois das 3:30. Sei disso, porque a essa hora, o ar-condicionado do oitavo andar despencou, levando junto o do quarto andar. Uma barulheira medonha. Parecia que era dentro de casa. Coração tiquetaqueando superacelerado. Mas. sobrevivi ao susto. Sobrevivemos todos.

É claro que as pessoas desceram. É claro que ficaram na dúvida se era o ar-condicionado só ou o prédio todo. Difícil, foi dormir depois. Mas, o cansaço me derrubou.

Sábado, teve café da manhã na padaria, que a gente tá viciado. Depois, passeio pra conhecer o novo Extrabom. Passeio é modo de dizer, né? Problema é que tava lotado e eles ainda não têm estrutura pro tanto de gente que tava lá.

Resultado: chão molhado, ar-condicionado que não dava vencimento, prateleiras vazias... ainda bem que era pouca coisa pra comprar. Tenho paciência não.

Teve encontro inesperado na volta e conversa enfadonha. Sim, tava com TPM. Sim, me chateei deveras. Mas, o almoço de Seu Carioca me alegrou o coração.

Queria ter saído à tarde, queria ter ido ao cinema, mas fiquei doente dessa mesma virose que todo mundo pegou e aí não teve jeito. Solução vou ficar vendo a preparação pro Burn Reality.

Minha gente, o que foi aquilo? Uma superestrutura jamais vista ali na vizinhança! Um dia inteiro de preparação, seguido de um dia inteiro pra desmontar tudo. E acho que nem foi tanta gente assim, hein? Quer dizer, valeu a pena, pessoal?

Mas, o fato é que quando levantei (sim, mal dormi com as buzinhas e os gritinhos e as luzes e a música) às novimeia, ainda tinha gente saindo. Copos e cigarros na mão. Alguns sapatos/sandálias também. Super elegante a rapaziada.

Um detalhe importante, é que quando ainda estava na fase de preparação, o pessoal da organização deve ter ficado em pânico com a festa que tava rolando ali no mesanino. Forró e pagote no último! E teve briga. Briga com gritos e xingamentos, toda uma movimentação. E eu acompanhando.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Hoje é dia.

Hoje é dia de médica e não tô nervosa. Quase nem pensei nisso ontem, dormi a noite inteira e não acordei morrendo de medo e angústia. Talvez, as coisas tenham mudado. Talvez, não.
Muita esperança nessa doutora especializada em nutrição e diabetes. Assim, as duas coisas juntas de uma vez. Como diria o senhorzinho da academia: agora vai.
Quer dizer, hoje me sinto assim. Agora, que é antes da hora. Depois, não sei. Depois, acontece tanta coisa, que esse sentimento positivo acaba escapulindo.
Mas, não vou pensar nisso não. Aliás, melhor nem pensar nessa consulta de mais tarde, que é pra ansiedade não dar as caras.
E chove. Trouxe a minha sombrinha vermelha e muita vontade de sol. Dia cinza não combina com o monte de coisa que tenho pra fazer.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Foi assim.

Quando a gente acorda cedo, o dia parece mais longo.
Sábado foi assim e teve café na padaria e supermercado vazio.
Foi a melhor coisa ter saído de casa antes da setimeia.
Na volta, “O Leitor” e “Sim Senhor”.
Gostei mais do primeiro.
Almoço de Seu Carioca, total de delícia e “Anjos e demônios” no Multiplex Recife 9.
Sou muito contra mudarem a historinha do livro.
E ficava dizendo a ele: no livro não era assim, no livro era assado.
Deve ter sido muito chato, mas também era muito inevitável.
Engraçado foi que todo mundo resolveu ir pro shopping também.
Até Elba Ramalho, que tomou café com a gente ali na São Braz e que mulher cheirosa!
É claro que teve aquele seriado de menininhas pra completar e é claro que ele não gostou, mas ficou ali me dando apoio moral.
Domingo, foi dia de preguiça, apesar do sol.
À tarde, a gente foi assistir o jogo do Náutico em família.
E foi a coisa mais querida ver pai & irmão na varanda me esperando.
Jogo rolando na televisão e era eu que eles queriam ver.
Até tropecei emocionada.
3 x 2 de virada e acho que semana que vem vou ver o jogo no estádio.
Pela primeira vez em toda uma vida.
Ainda deu tempo de assistir "Budapeste".
Não gostei do filme, mas a pipoca tava uma delícia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lo que pasa és...

Depois de 17 dias, é muito necessário conversar até duastrês da manhã.
Mesmo tendo que acordar antes das sete na manhã seguinte.
Mas, se o dia seguinte é uma sexta-feira, estamos todos salvos, amém.
Basta passar esse tempo fora pra tudo ficar com cheiro de guardado, pra tudo me deixar espirrando e tossindo.
Preciso dar um banho em Rafa, só não sei se Rafa pode tomar banho.
Ouvi Carlinho correndo no andar de cima e me senti em casa.
Precisamos fazer supermercado, mas a chuva não dá trégua.
Nem lá, nem aqui.
Queria ir embora cedo, queria ir de carona, queria que o trânsito não estivesse impossível e, finalmente, queria a moça do milho verde estivesse ali na esquina.
Muito pouco provável, ela que não é besta de trabalhar na chuva.
Hoje, todo mundo devia ter ficado em casa.
Dormindo. Dormindo ou.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

E mais.

Depois de meses de cor de rosa e branco e bege clarinho, pintei as unhas de carmim.
Juli, a manicure, perguntou se eu tava feliz hoje.
Tô, quer dizer, eu tô mesmo quando não pinto as unhas de vermelho.
Mas, fiquei matutando. Porque esse não é um dia qualquer. Dia de Aeroporto nunca é um dia qualquer.
Tava ainda agora passando muito mal, com dor de cabeça, de estômago, suando frio e enjoada.
Quando falo de ansiedade matadora, não é figura de linguagem.
Malas ali na cama, malas é modo de dizer.
Sempre volto levando mais coisas do que trouxe e isso me dá muito trabalho e agonia.
Como se precisasse desse adicional.
Celular vibra e fico sabendo que preciso sair já, já.
Tá, nem é tão já, já assim, mas já não consigo mais me concentrar.
Tchau, pra quem fica.

Diarices.

Ando sem paciência.
Acho feio gente querendo aparecer, fazendo o que não precisa e deixando de lado o que é necessário de verdade.
Queria pedir pra ela deixar de me perguntar tudo, o tempo todo. Mas, não posso. Aí, sou chata. E a verdade é que quase não me importo.
Hoje, mais um avião vai cruzar os céus do Brasil, de Fortaleza para Recife.
Mudo de casa de novo. Justo quando já estava muito acostumada e acomodada. Mas, não acho ruim de todo, porque a rotina é matadora e o fato da pessoa não estar sempre ali, faz com que se valorize o tempo de estar perto. Por outro lado, as mudanças me assustam e fico nervosa e ansiosa, sinto enjôo e dor de cabeça.
É bom assistir aquele seriado cheio de dramas com meu irmão. É engraçado como ele se envolve e se coloca na situação. Aí, comenta e se entusiasma e sente raiva e reclama. Acho graça e tenho vontade de abraçá-lo e dizer que vai ficar tudo bem, porque sempre fica tudo bem.
Não tenho conseguido ler, nem aquele livro policial cheio de suspense.
Tem montes de filmes que quero assistir. Mas, as filas não me deixam. Queria ter cartão de débito pra comprar naquela maquininha do Multiplex.
Chove e faz sol de um jeito doido. O tempo tá doido que nem a gente.
Tenho dormido mal.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

É que a gente nunca sabe.

Ela perguntou como é que eu tive certeza de que aquela escolha era a mais acertada. Respondi que nunca tive, que não tenho até agora. Porque tem coisas que a gente, simplesmente, não sabe. Decidi ali na tentativa de fazer o melhor e fui. Com fé. Sim, fé e não certeza. Vontade que desse certo. Ou, de pelo menos, que não fosse motivo para me arrepender para todo & sempre. Em alguns momentos, deu certo. Noutros, me arrependi para todo & sempre. Agora, acho que me conformei e que é assim e pronto, não tem mais volta e tudo bem. Tudo bem, de um jeito ou de outro, que a vida e o tempo consertam as coisas.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Santiago.

Foi lá no Dragão do Mar, em Fortaleza, que assisti Santiago. Quando terminou, a gente sentou ali na pracinha e comecei a chorar. Na verdade, comecei a chorar no final do filme e não parei mais até chegar ao pranto desconsolado.

Ele me abraçou, me deu pipoca doce, ficou me olhando espantado tentando entender e perguntando porquê. Mas, como é que eu podia explicar? Era por mim, por Santiago, pela saudade, mas principalmente pelo descaso que a gente tem para com o Outro.

Santiago passa o filme todo falando da aristocracia que tanto admira. Mostra seu arquivo ginatesco de notas sobre personalidades e nobres do mundo inteiro. O trabalho de uma vida. De uma delicadeza inexplicável. De uma beleza que, talvez, só ele conseguisse enxergar.

E o filme é sobre isso. Santiago inserido naquele contexto. Mas, quando já tava terminando, no finzinho mesmo, ele quis falar alguma coisa que era importante pra ele, só pra ele - não para o filme, nem para o diretor - não deixaram. O tempo já estava estourado e não havia espaço pra Santiago dizer o que queria. Ele que era motivo e nome do filme, mas não era.

Me aperta o peito até hoje.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Foi muito chato.

Foi muito chato chegar lá e não saber pra onde ir. Ficar de um lado pra outro, perguntando às pessoas como encontrar a médica que estava procurando: tenho uma consulta com essa médica aqui, ó, endocrinologista. Onde é, hein?

Cada um que me mandasse pra um canto, difícil era acertar o canto certo. Só depois de ir ali naquela porta de pré-consulta, ali naquela porta de alumínio, lá dentro, lá fora, encontrei um balcão onde me perguntaram se a consulta estava MESMO marcada. Bom, me disseram pra vir aqui hoje, porque tinha uma consulta com Dra. Fulana de Tal às 13h. Mostrei o meu numerinho, porque eu tenho um numerinho de lá (que inclusive colaram na minha RG e que vou tirar já, já). A moça do balcão me explicou que isso não queria dizer muita coisa... O certo mesmo era confirmar na recepção.

Nesse mesmo balcão, um senhorzinho queria saber se os exames que tinha feito em março, já estavam prontos. Não, agora é que estão chegando os de fevereiro. Fevereiro, minha gente. Três meses atrás. Dependendo do exame, nem serve mais. Como é que pode, hein?

Aí, foi outra luta pra encontrar a recepção, porque não existem placas indicativas. Finalmente, descobri que a recepção ficava onde se lia OFTALMOLOGIA e sim, eu tinha uma consulta marcada. Voltei pra moça do balcão que me disse pra sentar nas cadeirinhas e esperar que a enfermeira ia chamar os pacientes para a Dra. Fulana. Ok.

De repente, um tumulto do outro lado. Era a enfermeira dizendo que os pacientes da Dra Fulana e de Dra. Sicrana, tinham que se dirigir para o outro corredor, porque não ia ter furação e elas iam atender nos consultórios 4 e 6. Furação é medição de glicose. Fiquei com muita pena das pessoas que só fazem isso de mês em mês, quando vão lá, e que vão ter que esperar até junho.

Descobri que tinha que fazer um prontuário justamente na hora em que ia ser atendida pela médica, porque não viram que era a minha primeira vez ali enquanto ainda estava esperando no corredor dos consultórios 4 e 6, onde o calor é de matar. Não, eu nunca vim aqui. Não, nenhum atendimento. Pra nada, nenhuma vez.

E onde diabos se faz esse prontuário, né? Perguntando a um e a outro, até chegar numa salinha onde uma senhora muito atrapalhada tentava salvar as informações de um paciente no computador. Porque não era dali, porque a pessoa faltou, porque queria se trancar na sala dela e ficar lá. Por mim, tudo bem. Desde que alguém fizesse meu prontuário.

Na minha vez, o mesmo problema e ela reclamando que tinha que atender os pacientes numa sala cheia de gente com conjuntivite e que era um surto e que já tava sentindo o olho coçar e ia ali lavar a mão. Espero, querida, tem problema não. Vai lá. Na volta, todo um problema, porque ela só conseguia ir pra agenda de marcações e não simplesmente salvar os meus dados onde eles deviam ficar.

No desse salva-não-salva, chegou uma moça querendo saber como pegar o exame do coração que a mãe dela fez. A atendente explicou que os exames não saiam, ficavam no prontuário. Então, a moça perguntou se o médico que ia atender a mãe dela ia ver os exames. A atendente pegou a fichinha e disse que não, que o médico em questão era um oftalmologista e quem ia ver esse exame era um cardio. E a moça insistia, que se o exame estava no prontuário, não custava nada o médico dar uma olhada. O oftalmologista, claro. Um eco. Certo.

Voltei pro corredor dos consultórios 4 e 6 e esperei. A Dra. Fulana não escondeu todo o seu cansaço, nem falta de entusiasmo. Expliquei porque estava ali e comentei que também tinha ido para conhecê-la, já que estava querendo mudar de médica. Perguntou quem era a minha médica, respondi e ela me disse que era uma profissional muito competente e muito sua amiga. Então tá.

Acho que ficou zangada e quis acabar o mais rápido possível com aquilo tudo. Eu também. Porque a minha opinião, como paciente, não é muito semelhante a dela. Ao final, disse que me sentise a vontade para procurá-la no consultório se realmente quisesse mudar de médica. Quero sim, mas não vou procurá-la.

Fui lá na farmácia, entreguei a receita que a Dra. Fulana me deu e descobri que só fornecem a insulina mais baratinha e X tirinhas por mês, quando uso 8 vezes mais. E para pegar esse material, tenho que ir lá todo mês, das 08 às 10h. Mas, melhor chegar antes, porque é muita gente. Acredito. Porque nos 20 minutos que passei esperando, o atendimento foi do número 498 para o 506 e o meu ainda era 559. Só que eu tinha que voltar pora agência, né? Chefe já tinha me ligado duas vezes e eu tava me sentindo exausta. De verdade.

A única coisa boa disso tudo foi saber que não preciso voltar lá, que ainda tenho essa opção. Deus conserve.

Ai, ai.

Fico tentando me convencer que não é nada demais, que não vai doer, nem nada. Mas, eu mesma não acredito. Porque é sempre um atropelo e sempre dói. Há 15 anos, dói. Aí, eles me dizem que é besteira, que deixe disso, que tente acalmar o coração. Tentar, eu tento. Conseguir, não consigo.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Do tempo.

Meu pai ligou dizendo que viu as fotos da gente pequeno e ficou morrendo de saudade. Disse que naquele tempo, pra deixar a gente feliz, era só dar um passeio de fusca. Porque a gente não tinha as preocupações, tristezas e mágoas de hoje. Essas coisas do tempo. Erámos dois coraçõezinhos cheios de entusiasmo. E o que ele queria era poder fazer com que a gente sentisse a mesma alegria de antes. Mas, acha que dar voltas de carro não vai adiantar. Porque não é mais tão simples. Os desejos e as expectativas são maiores. O que talvez ele não saiba é que a admiração também cresceu com a gente. E que quando ele telefona dizendo essas coisas todas, tenho de novo 6 anos e seguro a mão dele cheia de orgulho e do maior amor desse mundo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Há um desentendimento que não sei explicar.

Mas, acontece de querer falar e saber que vão entender de um jeito diferente, assim como entendo de um jeito diferente quando me falam. É ruim e faz a pessoa se sentir muito, muito só. Acho que é TPM, porque não sou assim tão complicada, não o tempo todo. Fora o cansaço. Dias longos e cheios, sem recompensa no final. Estar lá tem sido cada vez mais difícil.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Do lado de cá.

Dei a ele um livro bonito, vermelho. Um livro sério, labirinto da solidão. Assim, se nomeia e qualifica o presente.
Sinto saudades delas como imagino, delas que só existem naquilo que invento. Quando vi, ouvi e toquei, não encontrei o que procurava, mas continuo buscando. Mesmo sabendo que são o lugar errado.
Fiquei ouvindo aquele moço falar da poesia que é ser artista e me espantando. Penso que cada um de nós tem a sua magia: o artista e também o engenheiro, o professor, o agricultor, o pescador, o médico, o seja-lá-o-que-for.
Segunda-feira, mais um avião vai cruzar os céus do Brasil, de Recife para Fortaleza. Depois de quase três meses. Aí, vai ser esperar 19 dias. 19. Que passem depressa.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Doendo, doendo.

Tive a impressão de nunca ter visto uma tristeza tão grande.
E isso me doeu mais que qualquer palavra, apesar de ter ouvido as mais difícieis.
Não entendo desse desespero que não vem acompanhado das catástrofes.
Alcanço a tristeza, a agonia, a angústia.
O desespero não.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dos dias.

Ganhei uma bolsa cheia dos espirais que desenho nas esperas, só que coloridos, de um jeito bonito demais. Tem gente que me adivinha de tal forma, que me espanta.
Recebi um e-mail do gmail, dizendo que a minha conta de brizamendez foi criada, en español. Quem é Briza Mendez, afinal? Acho que é paraguaia.
Mais um avião vai cruzar os céus do Brasil nesta sexta-feira, de Brasília para Recife. E eu fico nervosa e ansiosa. Pensando se vai dar tempo e querendo muito que sim, pra olhar, cheirar e abraçar. Ver o sorriso e ouvir a voz de perto, porque é assim que a vida deve ser, perto.
Terminei o livro de aventura e não tenho nada pra ler, apesar das possibilidades todas ali me esperando. Chegaram os Macanudos, 3 e 4. O 5 não acharam.
E já assisti Wolverine, hein? Ainda não finalizando, mas já bom que só. Sou super contra assistir filmes desse tipo sem ser no cinema, mas não pude resistir. Feriado, nada pra fazer e o DVD ali na minha bolsa. Tinha como? Não tinha.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Entenda.

Não é que eu queira fugir dos problemas, é só que não quero lidar com eles. Talvez, nem possa. Só que tudo me fala, me mostra, me lembra. O-tem-po-to-do. Sem descanso. E tenho me sentido exausta. E tenho me sentindo exausta há quinze anos. É tempo demais. É pesado demais. Problema é não poder dividir a responsabilidade com ninguém. É ser só eu comigo mesma. Numa luta que me sinto perdendo desde que começou.

Não.

Eu nunca quis ser Clarice Lispector, nem Amelie Poulain.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mimimis.

O moço na cadeira de rodas não deixa ninguém passar. Deve ser muito chato viver numa cadeira de rodas, mas as pessoas precisam passar. Ele não se move, nem um milímetro, pra facilitar. Acho que ninguém facilita nada pra ele, nunca. Só pode.

Chove-faz-sol-chove-de-novo. Gosto-desgosto-gosto-de-novo do livro que estou lendo. Desses bestas, de aventura. Muitas páginas antes de dormir, porque ando sem muita vontade de televisão. Ou me deito no sofá novo com a manta nova e espero o sono chegar. De um jeito ou de outro, acordo cansada como se tivesse acabado de ir dormir e os dias se arrastam.

Há anos pinto o cabelo no mesmo salão, há meses com a mesma cabeleireira e, vezenquando, acontece dela errar a cor. Resultado: red-ultra-power e vontade de chorar. E, definitivamente, não adianta pintar o cabelo uma segunda vez pra tentar deixar o vermelho menos vermelho. Certas cores resistem. Mas, isso foi ontem. Hoje, acostumei. Quase acho bonito, quase.

Dois dias de trabalho sem tanto trabalho e é um respiro em meio a correria de sempre. Se não fosse essa dor de cabeça que não passa. Se não fosse esse aperto no peito que não passa. Estaria bem. Estou bem. Mas, é uma tranquilidade esquisita, conformada a contragosto. Vai entender. Vai me entender.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Rotina.

Tem Carlinho, o basset que mora no andar de cima. Ouço os passinhos dele pela casa durante à noite, quando o barulho do trânsito diminui. Sábado, descobri que tem olhos claros. Descobri também que é o dono dele que fuma em cima da minha janela. O culpado pelas cinzas no meu chão e pelo cheiro de fumaça na minha sala.

Na área de serviço, tem um fosso comum. Dá pra ouvir as conversas, as discussões, as risadas, as crises de choro, as gritarias e o melhor: a trilha sonora do domingo. Tem gente que ouve rádio, gente que ouve CD e gente que canta mesmo. Adoro. O problema é quando as roupas estão secando no final da manhã, fica tudo com cheiro do almoço do vizinho.

O elevador de serviço gosta do quarto andar. A gente entra, aperta no P de térreo e ele sobe. Depois, para novamente no terceiro e só então desce. Semana passada, tentamos driblar essa engenharia. Deixamos o elevador parar no terceiro, subir até o quarto e voltar para o terceiro. Aí, entramos. Só que ao invés de descer, como era esperado, o elevador foi de novo para o quarto e repetiu to-do-o-pro-ces-so, não se deixando ludibriar por seres humanos que se acham mais espertos do que realmente são. Rá.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Feriado.

Dessa vez, a gente sentou nas cadeirinhas amarelas. O moço vendedor de CD’s fez um pout-pourri com músicas da igreja, pra rapaziada começar a pagar por todos os pecados, logo na sexta-feira de manhã. Tinha gente gostando, claro. Gente gostando, cantando e dançando. E eu que tinha saído meio amuada de casa, piorei consideravelmente. Foram muitos, muitos minutos até que o carrinho de cd’s fosse embora e o sol voltasse a brilhar. Aí, foi aquela alegria, né? Caldeirada, olha a caldeirada, amendoim, caldinho, camarão bem baratinho, faço um desconto pra você, freguesa. E a gente resiste. Uma água, por favor. Traz mais uma água? Uma Coca pra ele. Obrigada, moço. E tinha o namorado passando “dourador de pelos” na namorada, as princesinhas da praia desfilando de fio dental, o homem de chapéu e camisa e bermuda e cinto e meia e bota, tomando cerveja sozinho, a menina perdida com cara de choro, o menino com areia no calção. Uma manhã normal de feriado na praia. Eu gosto, gosto muito. O céu nublou e foi aquela coisa linda ver o cinza escuro do céu e o verde clarinho do mar. Mas, só choveu lá longe, no horizonte. O que foi uma pena, porque sempre acho muita graça das pessoas que saem correndo do mar pra não se molhar.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Da fé.

Gritei: “vem ver, vem ver, tem um monte de gente levando uma pessoa morta”. Achei que era um cadáver, deitado numa espécie de maca. Ao seu redor, várias pessoas, padres e coroinhas. Era a procissão do Senhor Morto, que vi pela primeira vez da janela da sala, quando morava perto da Igreja da Soledade. Ele me abraçou, enquanto eu ria e chorava ao mesmo tempo. Pela surpresa e pelo luto, que era nítido, mesmo de longe, mesmo do alto. Hoje, vi de novo pela televisão e quis estar lá. Gosto de cerimônias. Gosto desse sentimento comum que une e envolve as pessoas. É uma espécie de magia. Só pode.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Nunca durmo direito quando o Sport joga na Ilha.

Nunca. Nem ontem, 2 x 0 pro Palmeiras. Os rubro-negros passam buzinando pela minha janela tarde da noite, muito tarde da noite. E quem torce contra – ô torcida cheia de desafetos – buzina também. Aliás, nos gols do Palmeiras era toda uma gritaria, tinha fogos até. Crianças vizinhas tinham passamentos. Histeria coletiva. Quando cochilava, peeeeeéin, buzina. Até nem sei que horas. Num dado momento, o sono driblou a barulheira e foi a salvação. Difícil foi acordar hoje de manhã e vir trabalhar com a cidade dormindo ou viajando ou aproveitando o feriadão que já começou. Pra mim não, hein? Tem nem hora para.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

De antigamente.

Meu pai escondia os ovos-gigantes-de-chocolate pela casa e a gente tinha que encontrar. Meu irmão sempre descobria onde estavam. Os dois, o meu e o dele. E dizia: “quem achou, ganhou”. Aí, eram gritos e lágrimas e pedidos implorativos pelo partido paterno. E nem precisava. Era só parte da brincadeira, que se repetia toda semana santa, todo santo ano. Depois, era a disputa pra ver quem demorava mais tempo pra acabar com os ovos. Quem vencia, se deliciava na frente do outro que, por sua vez, fingia não se importar. Morrendo de inveja e vontade. Vezenquando, acontecia do ganhador não agüentar e dividir o que sobrou com o irmão em questão, eu ou ele. Ninguém tinha dor de barriga, nem dor de cabeça, nem enjôo, nem essas chatices adultas de quando se exagera no chocolate. Talvez, porque não fosse exagero. Talvez, porque a gente nem soubesse o que danado era isso.

Tenho certeza que ela me entenderia.

E, ao mesmo tempo em que sinto alívio, sinto raiva. Pela impossibilidade. Por não poder ir lá e contar dos meus dias, dos meus medos, das minhas angústias, das minhas alegrias e das minhas vontades. Penso que escrevo aqui, como uma tentativa de. Mas, acho que não alcança. Porque ela mora muito longe, muito alto. Tem os olhos cheios de paisagens e preguiça das minhas escadas.

Tem dias em que tudo parece muito difícil-impossível.

Feito hoje. Aí, sinto inveja e raiva e tristeza e um cansaço sem fim. Por querer a mesmíssima coisa há tanto tempo e continuar não conseguindo. Até quando, hein? Será que isso vai mudar de uma hora pra outra? Será que eu vou mudar de uma hora pra outra? Nem desistir, eu posso. Quisera. De verdade. Mas, essa vontade de vida me impede.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Do que fica.

Lembro das manhãs no Centro de Artes. Das janelas enormes da biblioteca. Um mundo lá fora, outro lá dentro. Era bom estar. Não sabia direito o que vinha depois. As possibilidades todas ali. E a medida da esperança era a mesma da angústia. Ainda bem que passou. Nos últimos meses, era uma agonia voltar lá. Agonia dessas grandes. Mas, a sensação parece que não passa. Volta, quando me distraio. Depois do almoço, quando deito a cabeça na bancada do computador, não é diferente de quando fazia o mesmo, naquelas mesas de fórmica branca.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Aff.

É tanta correria que, às vezes, penso que não vou conseguir. O corpo sente, a cabeça dói, o coração aperta e tenho vontade de sair correndo. Mas penso: falta pouco. E penso nisso faz é tempo. Agora, é verdade. O desejo do dia inteiro é deitar na minha cama e ficar lá. Sem nenhum movimento mais. Mas chego em casa e muda tudo. Como muda também a minha vontade de silêncio, quando ele começa a me falar de coisas sérias, daquele jeito que me faz rir. Sim, o mundo tá doido. Sim, as pessoas procuram sentido onde não existe. Sim, a vida é complicada. Mas, tudo bem. Tá tudo bem. Nada é tão importante assim. É o que ele me diz, enquanto vamos da Boa Vista até Boa Viagem. E eu acredito, tenho fé até.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cotidianices.

O sofá novo é lindo. Grande, cinza, aquadradado. Pra três pessoas de verdade. Três pessoas grandes até. Dá pra deitar sem ficar apertada e ainda tem uma partezinha na frente, que a gente puxa se quiser colocar os pés pra cima. Olho pra ele e sorrio, com amor e orgulho. Sim, me apego às coisas. O meu ter se confunde com o ser.

Os dias têm sido muito quentes. Aí, tem esse céu azul que eu gosto demais. Aliás, entre todas as partes do dia, as manhãs. Ainda mais quando amanhece bonito feito hoje. A gente se enche de esperança e fé. Deve ser o sol, ah, deve.

Muitos livros, poucos filmes. Esses dias, vi o Menino de Pijama Listrado. E o protagonista me lembrou uma das pessoas que mais amo nesse mundo. Resultado, o triste do final, ficou ainda mais triste. Saudade, minha gente, é coisa doída.

Trabalheira sem fim, mas ando entusiasmada com isso e nada parece difícil demais. A gente segue, mesmo atropelando aqui e ali, feliz & contente. Falando nisso, ontem foi lindo ver o meu irmão cheio de sorrisos. Por mim, o tempo podia morar ali. Tudo se ilumina, vocês nem sabem.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ideia

Continuo escrevendo idéia com acento.
Não acostumo jamais.
E queria viajar no próximo feriado.

terça-feira, 24 de março de 2009

Eu não sei o que ela quer.

Mas, ela diz que sabe e penso que essa é uma vantagem medonha. Porque se me perguntassem, enumeraria montes de coisas, que acho que sim, que acho que quero. Mas não com tanta força, nem com tanta vontade. Aí, tudo continua igual. Por outro lado, a sensação que tenho é de matar um leão a cada dia. Vezenquando, dois. Porque não é fácil, nada é fácil.

sexta-feira, 20 de março de 2009

É tão bom quando faz sol.

Ainda mais quando é sexta-feira.
Gosto quando chove também, mas hoje precisava era de céu azul.
Tudo amanhece.
Até a menina que sente o coração se encher dessa ternura, que a distância não deixa virar abraço e beijo.
Vezenquando, é bom que não vire abraço e beijo e viva ali no Reino do Encantamento, para todo & sempre, amém.
Vezenquando, só.
Porque a vida precisa de pele e cheiro e calor e o tiquetaquear do coração do Outro junto do coração da gente.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Das saudades.

A fumaça de cigarro entra pela janela logo de manhã, enquanto tomo café com pão torrado. O pensamento adianta, eu atraso. Demoro demais no chuveiro e a água quente deixa o espelho embaçado. Escovo os dentes sem me ver direito. Nunca é a hora de acordar quando o despertador toca. Sinto falta de ouvir o teu riso solto pela casa, mesmo achando que não combina em nada com o meu mau-humor das setimeia.

terça-feira, 10 de março de 2009

Criancices.

Só comprava picolé de limão. Mesmo preferindo o de uva. Achava que era muitomuito esperta por conseguir ver no branco-transparente-fosco, se o palito era premiado, antes de terminar de comer. Vantagem nenhuma. Porque já tinha comprado e aberto a embalagem de qualquer jeito. Mas, me sentia sabida, mesmo trocando o doce da uva pelo azedo do limão.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O que será que me dá.

Ele fechou os olhos e disse que não lembrava mais como era aquela sensação de silêncio absoluto quando, tarde da noite, os carros param de passar por trinta, quarenta segundos. Olhos arregalados e o indicador apontando o oco, o buraco no meio da barulheira de sempre. E eu nem percebi, acostumada com o movimento acelerado. Lá ou aqui é a minha rotina sempre & em todo lugar.

Minha casa tem um cheiro muito próprio. Pablo diz que é cheiro de taco, eu não sei, nunca morei numa casa com piso de taco antes.

No apartamento da Boa Vista, o vento trazia o cheiro de cana queimada vezenquando. Era estranho, porque no meio da cidade não tem plantação. Vai ver, são engenhos fantasmas, que fazem suas queimadas à noite, enquanto o mundo dos vivos, dorme.

Sempre que vou ao oculista, fico com um quase-medo. Quando descobri que era diabética, me disseram que podia acontecer isso e aquilo. Desde então, a cada seis meses vou lá e entro no consultório de Dr. Guillherme com o coração tiquetaqueando descompassado.

Ontem, falava descontroladamente pro pensamento não pensar. Como sempre, fiquei insegura na hora de dizer se enxergava melhor com este ou este, este ou o anterior, o primeiro ou o segundo. Vejo as letrinhas lá na frente quase do mesmo jeito e peço pra ele repetir e repetir e repetir e ele me tem muita paciência.

Depois, tem o exame da luz azul, que diz se a presão do olho tá boa, tá. E aquele outro da luz branca, que diz se o fundo do olho tá bem, tá. Pronto. Liberada até agosto.

Na volta, parada estratégica e emergencial na Fundaj. Queria ter visto O Lutador, mas chegamos atrasados. Ele disse que eu não ia conseguir ler a legenda de qualquer forma, mas eu podia apostar que sim.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Diarices.

Essa semana, os dias têm cara de sexta-feira.
É o Carnaval que abre alas.
Quem é de folia, pensa na festa. Quem não é, no descanso.
Há três noites, durmo lá pelas duas.
Como se o amanhã fosse sempre sábado, que ainda demora.
Domingo, porque o coração levou um baque e doeu que só.
Segunda, porque o sono me escapuliu.
Ontem, porque a noite foi de chegadas.
O meu transatlântico veio de avião.
E a camisa cor de rosa é a mais bonita.
Dessa vez, não foi tão estranho voltar.
Até pensei que seria.
Porque essas mudanças me cansam demais.
Quando me acostumo em estar num lugar, tenho que ir para o outro e quando me acostumo com o outro, tenho que voltar pra onde estava antes.
A minha bolsa já não comporta as minhas coisas.
Que dirá, meu coração.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Do que eu não quero mais.

Tem noites em que a gente dói. Uma dor assim tão grande que chorar não adianta e mesmo assim você chora, porque não tem outro jeito. O remédio pra dor de cabeça não funciona, o travesseiro não acalma, o livro preferido não distrai. Você fica ali olhando os carros pela janela e rezando pra aquietar o coração que não obedece. Tentando entender porquê e achando que não é justo, que não é certo e que tudo que você sente parece não ter a menor importância, quando do lado de lá, a música é alta demais.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Durante vinte anos foi o caminho de casa.

Da minha casa. Não é mais há oito anos. E ainda bem que não é. Fazer esse percurso hoje, foi estranho. Ver que tudo continua igual, apesar das diferenças, também. As casas mais bonitas, agora têm grades e muros altos. Não se vê mais o terraço de Vera, nem se adivinha a piscina de Daniel.

Andar a pé, ficou ainda mais esquisito. Ninguém na rua. Portas e janelas fechadas. O asfalto só vai até a metade da Ulisses Montarroyos. Na outra metade, poeira, que faz o calor parecer ainda mais quente. Os prédios vizinhos continuam lá. Os antigos vizinhos, não.

Interfonei, abriram a porta e senti como se tivesse estado ali ontem. Eu fazia parte, eu era, eu estava. Eu, Pablo, mainha e vó Lu. Painho e Fredy, também. Mas, não por tanto tempo, não em tantas lembranças. Porque foi uma vida inteira. Dos cinco aos vintiseis.

O olhar sabe onde encontrar cada coisa. O coração sabe o que sentir em cada canto. A cabeça não sabe mais de nada. Confusa, misturando os tempos de antes e de agora. O sofá da minha mãe está na recepção.

Quis ir embora assim que cheguei. Mas, fiquei.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Amanhecendo.

Da minha janela, vi o dia amanhecer cor de rosa. Depois, o céu se acinzentou ameaçando chuva. Trouxe a sombrinha vermelha e, por causa dela, a moça de blusa verde veio conversando comigo no caminho. As tristezas dela, que nem são, parecem com as minhas, que talvez também não sejam. E a gente riu do que dito, porque mesmo no que dói, há graça.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ando cansada de despedidas.

Acho que quando acontece uma dessas grandes, dessas pra sempre, a gente não quer que ninguém mais vá embora, nunca mais. Sei que por esses dias, mais um avião vai cruzar os céus do Brasil, de Recife pra Brasília. Sei que devia ser um motivo pra ficar contente e é. Mas, penso na falta e isso me dói demais. Não tenho muitas gentes no mundo. Não dessas que eu queira estar perto e compartilhar a vida. Conto nos dedos e queria todas ao alcance das mãos.

Idas e vindas.

Das coisas que mais gosto nessa vida, é virar aquela esquina que dá na Conselheiro Aguiar e sentir o vento no rosto. Quando tem cheiro de mar é ainda melhor. Quase consigo esquecer o cansaço e a chateação do dia. Quase. É que quando chego, ainda estranho, ainda me sinto fora do lugar. E acho que também vou estranhar e me sentir fora do lugar, quando voltar pr’aquela outra casa, que é minha, na terça-feira. Vou e volto e vou de novo depois. Ele se adapta como se nunca tivesse saído do lugar. Ou pelo menos é assim que me parece. Mas, a verdade é que a gente nunca sabe o que vai no coração do Outro. Por mais perto que se esteja. E eu ando distante. Dele. De mim. Do mundo. O engraçado é que quem olha assim, nem imagina.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Seis de fevereiro de dois mil e nove.

O dia tinha sido chato, com as cobranças mais descabidas. Ele ligou dizendo que vinha me buscar na agência. Depois, mandou sms dizendo que tinha uma coisa importante pra me contar e eu fiquei com o coração apertado, porque sempre fico com o coração apertado quando as pessoas têm uma coisa importante pra me contar. Fui correndo encontrá-lo. Vi quando passou por mim sem me ver. Fiz o caminho de volta, maldizendo os passos rápidos de um metro e oitenta e três. Cheguei esbaforida e pedi que me falasse de uma vez. Aí, soube que ele ia fazer um teste lá longe e que se desse tudo certo ia ser a coisa mais maravilhosa. E foi impossível não ficar feliz ao saber do desejo realizado, mesmo sabendo que vou sofrer com a distância, que sempre sofro (quando quase não agüento, penso que podia ser pior, que podia ser ainda mais longe e sinto alívio por três minutos). E como era a melhor notícia e era sexta-feira, fomos comer crepes deliciosos, enquanto fazíamos planos e elaboramos estratégias. Tudo pra dar tudo certo. Depois, fomos pra casa onde recebi a massagem prometida há mais dia uma semana. Ele disse que não tenho mais tanta agonia nos pés e eu disse que não tenho mais tanta agonia na vida. Senti meu coração cheio de amor e de esperança e de alegria e era mesmo o que precisava pra agüentar o que estava por vir.

Pouco tempo depois, o telefone tocou e soube que quando tio Dudu me disse “tchau, amor” na terça-feira, lá naquele hospital, foi mesmo a última vez.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Diarices.

Quanto mais me acostumo com rotina da gente, mas fica difícil voltar pra casa dela.
Que também é minha, mas não tão minha, quanto aquela que é minha e dele, onde moro cada vez mais.
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Ontem, que era dia de despedida, ganhei um jantar bonito que só.
Mas, a gente é guloso e comeu tapioca da moça da esquina antes e tudo sobrou.
Até o sorvete de creme ficou lá.
Quis demais ficar acordada até mais tarde, mas me é tão impossível às segundas-feiras...
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São só 15 dias.
São só 15 dias.

Feito mantra, que é pra ver se o tempo passa mais rápido. Não passa.
Amanhã vai ficar tudo bem. Hoje não.
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Tenho sido menos dramática.
E isso não tem sido um sacrifício maiordomundo.
Deve ser porque são tantos os problemas maiores. Digo, no mundo.
Muito embora, vezenquando, os problemas maiores do mundo não contem.
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Chove.
Chuvinha besta.
Parece que os próximos dias vão ser mesmo nublados.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Era véspera de Natal.

Ele pegou os presentes e foi pro quarto da filha – nessa época, acho que era uma só – olhou pra mim com os olhos azuis mais bonitos e disse:

- Não diz pra ela que fui eu que coloquei os presentes lá não.

E não adiantou todo o esforço do meu pai em fingir surpresa ao ver o que a gente tinha ganho no dia seguinte. Tio Dudu me revelou um dos mistérios do Universo: Papai Noel não existe.

Muito me espantou ele nem desconfiar que eu ainda acreditava. Não lembro que idade tinha, mas era só dois anos mais velha que a filha dele.

Também me surpreendeu perceber que ele não me sabia tanto assim. Durante muito tempo, achei que me adivinhava. Não esqueço dos sustos que tomava quando ele aparecia na varanda – o apartamento dele era colado ao meu – bem na hora em que eu colocava a chupeta proibida na boca. Tinha que ser muito rápida pra tentar esconder embaixo da almofada do sofá.

Não sei o que aconteceu. Não sei porque a gente foi morar longe. Mas, cada visita enchia o coração da minha avó de uma alegria medonha. O nome dele era doce em seus lábios. Achava injusto que a minha mãe não recebesse o mesmo carinho. Nessa época, não sabia que a convivência maltrata o amor, não entendia de afinidades, nem de incondicionalidades.

Ele tocava violão. Ele dormia na rede. Ele fumava. Ele bebia. Ele sorria bonito. Ele tinha muitas namoradas. Às vezes, falava alto e conversava com a gente. Às vezes, ficava quieto e em silêncio. Não entendia porquê, até ver repetido em mim o mesmo comportamento.

Nunca gostei de ouvir coisas feias a seu respeito. Pra mim, eram tão claras as escolhas, assim como o direito a elas. E queria que ele soubesse que eu sabia, queria que ele soubesse que era a favor de ser o que se quisesse ser.

Sempre foi um estranhamento pra mim, ele me pedir que estivesse mais perto, que fosse mais carinhosa e demonstrasse os sentimentos de afeto e ternura de um jeito que não me era possível. Achava que ele entendia das diferenças das gentes e de como cada um lida com o Outro de uma forma absolutamente única. De como não podia ser com ele, como era com as outras pessoas, porque ele não era como as outras pessoas, ele não é.

Agora, ele tá ali naquele hospital. E é engraçado como tudo parece mais fácil, mais simples, mais claro, apesar do difícil que é. Sinto que ele olha e me vê. Assim, completamente, como eu o vi toda a vida. Aí, eu fico feliz, mesmo quando triste. Penso que a vida se revela mágica, quando a gente menos espera.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Parece que não tem mais jeito.

Dizer “parece que não tem mais jeito” é muito otimismo da minha parte.
Uma esperança que, pelo que dizem, não tem mais razão de ser.
Mas, que não consigo abandonar.
É tudo muito doido e doído.
Não consigo nem pensar logicamente a respeito.
Porque os sentimentos chegam todos antes da razão.
É um tempo de espera.
Mas, de uma espera ruim.
Você acorda e pensa que tá tudo bem e lembra e tá tudo errado.
Absurdamente errado.
Não é tristeza que sinto, é assombramento.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ontem foi difícil estar lá.

Ouvir as notícias que não eram boas e voltar pra casa como se a vida continuasse igual.
Dá um aperto no peito só de pensar no que está por vir.
Acho tão doído, tão impossível de agüentar.
De aceitar não, porque a vida é imprevisível mesmo.
A rotina salva a gente do desamparo.
Mas, essa proteção é absolutamente ilusória.
Não, não tô triste.
Os dias têm sido alegres até.
Só que quando paro e penso e lembro, a garganta seca e o coração acelera.
Dos aprendizados, não queria esse pra mim, nem pra ninguém.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Inspira. Expira.

E de novo, eu tenho esperança - dessas enormes - de que tudo vai dar certo.
Uma notícia, que ainda não é a desejada, mas que há de ser.
Porque ele merece.
Porque eu mereço.
E entrego - de (muito) bom grado - esse merecimento que é meu, pra ele.
É assim quando a gente ama total e incondicionalmente.
E eu amo.
E esse sentimento que começa aqui dentro, se espalha pelo mundo.

O vento, Tarso, o vento sopra a favor.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dos aperreios.

Já tinha aquele, o mais grave.
E a única coisa que posso fazer é aprender a conviver com o peso-enorme do problema.
Vou tentando e conseguindo e não conseguindo pra conseguir de novo ali na frente.
O dia todo, todo dia.
Porque não passa.
Alivia, mas não passa.
Vezenquando, penso que não vou aguentar.
Depois, sigo a vida.
Vou tentando e conseguindo e não conseguindo pra conseguir de novo ali na frente.
Fora os aperreios pequenininhos, que não são tão pequenininhos assim.
Aperreios de tempos atrás, que não se resolvem, que não resolvo.
E vão aumentando feito aquele problema maior, o mais grave.
Melhor nem pensar nisso...
Vou tentando e conseguindo e não conseguindo pra conseguir de novo ali na frente.
Aí, ele me liga e me assusta com a possibilidade mais indesejada.
Não desabo, porque é uma possibilidade.
Mas não durmo, porque é uma possibilidade.
E lembro de tudo e quero tudo e desisto de tudo.
O jeito é me concentrar no agora e deixar esse aperreio pra quando chegar a hora.
Se chegar a hora.
Vou tentando e conseguindo e não conseguindo pra conseguir de novo ali na frente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A saia da moça tinha uma fita roxa.

E era coisa bonita de se ver. Ela andava apressada, puxando a filha pelo braço, sem nem se dar conta de como a fita roxa da sua saia me fazia sentir um calor contente no peito. Tudo era agora. O pensamento preso naquele exato instante. Um respiro. De alívio.