Porque estar é pouco, estar nem chega perto.
Um amor atemporal. Sem regras, nem rédeas, feito aquele cavalo selvagem de Clarice,
a Lispector e que mora dentro da gente. De mim, pelo menos. Um amor
desgovernado, que atropela, passa por cima, sem dó, nem piedade. Mas resplandece de luz, beleza e uma riqueza tão
grandes, que a gente diz: “quero é mais”. Porque só é possível querer mais. Num mundo de
praticidades, de “não pode, não deve, não vai, não faz”, desobedece e sorri
radiante. Não tem lei. Não tem dono, rei, nem rainha. Um amor primeiro e
primitivo, que mora perto do que há de mais instintivo do ser. Um amor que grita
urgência, que é criança pequena e quer sair correndo portão afora, rua afora, mundo
afora. Um amor que fere quando não se satisfaz. E que quer mais e mais e mais.
Tem fome e devora a vida, porque não sabe estar. É um amor que
é. E sendo, precisa existir. Respirar e inspirar. Por enquanto, suspira
afobado. E sufoca, mas não morre é nunca.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
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