quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Você diz, eu não acredito e tanto faz.

Quase não me importo.
Mas esse quase, ainda é muito.
Sinto uma irritaçãozinha besta. Passa já.
O que não passa é essa dor de cabeça e esse cansaço.
A semana já tá terminando e mal começou.
E hoje, tenho muito trabalho.
Muito trabalho e um leão pra matar.
Não é um dia diferente dos outros.
Você quase não se importa.
E esse quase ainda é pouco.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Estranhamento

Tá tudo tão tão esquisito, mas se você me perguntasse porquê, não saberia explicar.
Parece que é muita coisa, mas talvez não seja coisa nenhuma ou quase nada.
É confuso, dolorido e não me deixa dormir há duas noites.
Queria poder me salvar e lhe salvar dentro de mim.
Tenho conseguido, mas não é trabalho fácil não.
Fui ali no Paço passear.
Comprei "A Rebelião de Lúcifer", espero que seja bom.
"Minha Querida Sputinick", vai acabar antes de voltar pra casa.
Achava que ia voltar pra casa hoje, me enganei.
Quis comprar presentes, mas me faltou inspiração.
Quis tomar um espumone, mas faltou quem me acompanhasse com o capuccino.
Na volta, passei pelo Porto e senti saudades do tempo em que minha mãe trabalhava perto do cais, dos dias em que ia com ela, das gentes novas, das máquinas de escrever, dos papéis amontoados, das canetas, dos carimbos, do cheiro de biscoito que vinha da fábrica da Pilar.
Vi o Forte do Brum aberto e quis ir conhecer, mas o chefe já tinha me chamado pelo celular.
Na Ponte Limoeiro, tentei ver a Cruz do Patrão, mas não teve jeito.
Uma vez, passando por ali, ele me disse que tinha fantasmas de escravos lá.
Dias depois, passando por ali, o vi de mãos dadas com uma menina que não era eu.
Malassombros.
A gente não consegue escapar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Do que dói.

Quantas vezes mais vou chorar ali naquela janela amarela, olhando o muro da casa ao lado sem ver nada, além do que vai lá dentro e que dói? Quase não agüento. E não é isso ou aquilo. É tudo junto e tudo junto é demais.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Agosto.

Roí as unhas por medo que ele adoecesse. Nesse mês de agosto que se arrasta. Mês de dois dos meus leões. Dos primeiros amores, já tão esquecidos. Mês em que perdi a minha vó e a minha vida do jeito que conhecia. Mês de noites insones, em que me perguntava que bênçãos me protegeriam dali em diante. Quando descobri a Morte e o Medo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Plaft.

Olhando assim, ninguém diz que está quebrado.
Tinha que ver muito de perto pra saber.
Tinha que tocar até.
E faz tempo que não deixo.
Porque não interessa a mais ninguém, além de mim.
E mesmo eu, não posso fazer mais nada agora.
Quebrou, partiu, não tem mais jeito.
Mas, a vida segue e a gente segue junto como se estivesse inteiro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cansaço

Só consegui dormir depois das duas da manhã.
Acordei me sentindo fraca e cansada.
Acordei me sentindo sozinha também.
Porque, no final das contas, é assim que é.
Perto ainda é fora.
O Outro é sempre além do que vai dentro da gente.
Ainda mais quando está longe.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dos dias da semana, sábado.

Na Livraria Cultura, comprei "Após o anoitecer" e "Minha querida Sputnik", de Haruki Murakami. Ambos com precinho camarada no MaisCultura. Acho válido.
Por falar em livros, tô lendo três ao mesmo tempo e não consigo terminar nenhum: "A caixa preta", "Casório"* e "Verônica decide morrer"**
Um não tem nada a ver com o outro. O que é ótimo, porque tenho uma opção pra cada estado de espírito. Mas, sinto falta de acabar o que começo.
Ainda teve passeio no Paço, que é o shopping mais bonito e menos viável dessa cidade. Pra não dizer que nunca comprei nada lá, teve uma blusinha, uma sandália e uma bolsa. Nas lojas mais barateiras, claro e que já fecharam, inclusive.
Outra coisa ótima de lá é o café delicinha da São Braz, considerando excelência na categoria café com leite e capuccino, por mim e pelos meus.
Na saída, a gente ficou ali na Rua da Moeda, parado, encantado, vendo um senhorzinho ensinar os meninos a tocar samba do bom.
De lá, Observa e Toca Malakoff. Lançamento do CD Uhuuu do Cidadão Instigado, que não conhecia e gostei que só.
Antes, teve uma palestra chatinha sobre composição em guitarra, que se salvou quando um rapaz muito moluscolama perguntou:

- E esse nome, tem algum significado simbólico?
- Nome? Do disco?
- É. Hu, hu.
- Não, é Uhuuu. Uhuuu! E Catatau ainda fez um hang loose pra ilustrar...

A novidade boa é que agora tem feirinha no Recife Antigo aos sábados. E que tem uma barraquinha com colares de bolota muito lindos.
A novidade ruim é que o Galerias fechou. Puft. Acabousse. Depois dos anos todos de história e dos maltados de Clarice, a Lispector.

* Anos atrás, li Melancia, Férias e Sushi, todos das mesma autora. Esse tempo todo, achava que eram várias histórias das mesmas personagens. Só nesse último, descobri que os livros tem personagens totalmente diferentes e não são uma continuação. Ah, tá. Mas, que parece, parece.
** É o segundo livro de Paulo Coelho que leio na vida. O primeiro foi "O alquimista" e achei muito bobinho. Tenho esperanças nesse outro.

sábado, 8 de agosto de 2009

Virtus et fides

Há três anos, tentava ir com Caio no Forte Cinco Pontas, que é dos lugares mais bonitos dessa cidade.
Nunca dava certo. Hoje, consegui.
Ele parecia menino pequeno.
Olhando cada canhão, tocando pra sentir o peso do tempo, descobrindo a origem.
Depois, corria para o lugar onde os soldados ficavam de vigília e imaginava o que não estava mais ali.
Gostei da brincadeira.
Só tive medo de passar pelo túnel de fuga.
Mas, fui. E pensei nas pessoas todas que passaram por ali.
Não é uma sensação muito boa.
Calorzinho bom no coração, dá quando a gente vê escrito: bandeira do Recife sempre no alto.
E descobre o que cada símbolo significa:
O azul do nosso céu imenso, o branco da paz, a estrela de nossa província, o sol, que aqui começa a clarear o continente, a cruz, homenagem aos colonizadores cristãos, o leal flamengo, símbolo real de coragem, o lema latino "virtus et fides" - "força e fé" do nosso povo.
Força e fé, que é o que a gente mais precisa nessa vida.

Dos mistérios.

Sonhei com uma mulher dizendo: Só tenho ciúme da cor vermelha e do meu marido.
Não somos casados diante das leis de Deus, nem das leis dos homens.
Mas, eu sou mulher dele, que tem nome de árvore: Jatobá.
O mais estranho é que a mulher era Regina Duarte, há 15 anos atrás mais ou menos.
Minha mãe sugeriu que escrevesse no blog, para o caso de algum dia fazer sentido, coisa que não acredito que aconteça.