terça-feira, 26 de maio de 2009

Hoje é dia.

Hoje é dia de médica e não tô nervosa. Quase nem pensei nisso ontem, dormi a noite inteira e não acordei morrendo de medo e angústia. Talvez, as coisas tenham mudado. Talvez, não.
Muita esperança nessa doutora especializada em nutrição e diabetes. Assim, as duas coisas juntas de uma vez. Como diria o senhorzinho da academia: agora vai.
Quer dizer, hoje me sinto assim. Agora, que é antes da hora. Depois, não sei. Depois, acontece tanta coisa, que esse sentimento positivo acaba escapulindo.
Mas, não vou pensar nisso não. Aliás, melhor nem pensar nessa consulta de mais tarde, que é pra ansiedade não dar as caras.
E chove. Trouxe a minha sombrinha vermelha e muita vontade de sol. Dia cinza não combina com o monte de coisa que tenho pra fazer.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Foi assim.

Quando a gente acorda cedo, o dia parece mais longo.
Sábado foi assim e teve café na padaria e supermercado vazio.
Foi a melhor coisa ter saído de casa antes da setimeia.
Na volta, “O Leitor” e “Sim Senhor”.
Gostei mais do primeiro.
Almoço de Seu Carioca, total de delícia e “Anjos e demônios” no Multiplex Recife 9.
Sou muito contra mudarem a historinha do livro.
E ficava dizendo a ele: no livro não era assim, no livro era assado.
Deve ter sido muito chato, mas também era muito inevitável.
Engraçado foi que todo mundo resolveu ir pro shopping também.
Até Elba Ramalho, que tomou café com a gente ali na São Braz e que mulher cheirosa!
É claro que teve aquele seriado de menininhas pra completar e é claro que ele não gostou, mas ficou ali me dando apoio moral.
Domingo, foi dia de preguiça, apesar do sol.
À tarde, a gente foi assistir o jogo do Náutico em família.
E foi a coisa mais querida ver pai & irmão na varanda me esperando.
Jogo rolando na televisão e era eu que eles queriam ver.
Até tropecei emocionada.
3 x 2 de virada e acho que semana que vem vou ver o jogo no estádio.
Pela primeira vez em toda uma vida.
Ainda deu tempo de assistir "Budapeste".
Não gostei do filme, mas a pipoca tava uma delícia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lo que pasa és...

Depois de 17 dias, é muito necessário conversar até duastrês da manhã.
Mesmo tendo que acordar antes das sete na manhã seguinte.
Mas, se o dia seguinte é uma sexta-feira, estamos todos salvos, amém.
Basta passar esse tempo fora pra tudo ficar com cheiro de guardado, pra tudo me deixar espirrando e tossindo.
Preciso dar um banho em Rafa, só não sei se Rafa pode tomar banho.
Ouvi Carlinho correndo no andar de cima e me senti em casa.
Precisamos fazer supermercado, mas a chuva não dá trégua.
Nem lá, nem aqui.
Queria ir embora cedo, queria ir de carona, queria que o trânsito não estivesse impossível e, finalmente, queria a moça do milho verde estivesse ali na esquina.
Muito pouco provável, ela que não é besta de trabalhar na chuva.
Hoje, todo mundo devia ter ficado em casa.
Dormindo. Dormindo ou.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

E mais.

Depois de meses de cor de rosa e branco e bege clarinho, pintei as unhas de carmim.
Juli, a manicure, perguntou se eu tava feliz hoje.
Tô, quer dizer, eu tô mesmo quando não pinto as unhas de vermelho.
Mas, fiquei matutando. Porque esse não é um dia qualquer. Dia de Aeroporto nunca é um dia qualquer.
Tava ainda agora passando muito mal, com dor de cabeça, de estômago, suando frio e enjoada.
Quando falo de ansiedade matadora, não é figura de linguagem.
Malas ali na cama, malas é modo de dizer.
Sempre volto levando mais coisas do que trouxe e isso me dá muito trabalho e agonia.
Como se precisasse desse adicional.
Celular vibra e fico sabendo que preciso sair já, já.
Tá, nem é tão já, já assim, mas já não consigo mais me concentrar.
Tchau, pra quem fica.

Diarices.

Ando sem paciência.
Acho feio gente querendo aparecer, fazendo o que não precisa e deixando de lado o que é necessário de verdade.
Queria pedir pra ela deixar de me perguntar tudo, o tempo todo. Mas, não posso. Aí, sou chata. E a verdade é que quase não me importo.
Hoje, mais um avião vai cruzar os céus do Brasil, de Fortaleza para Recife.
Mudo de casa de novo. Justo quando já estava muito acostumada e acomodada. Mas, não acho ruim de todo, porque a rotina é matadora e o fato da pessoa não estar sempre ali, faz com que se valorize o tempo de estar perto. Por outro lado, as mudanças me assustam e fico nervosa e ansiosa, sinto enjôo e dor de cabeça.
É bom assistir aquele seriado cheio de dramas com meu irmão. É engraçado como ele se envolve e se coloca na situação. Aí, comenta e se entusiasma e sente raiva e reclama. Acho graça e tenho vontade de abraçá-lo e dizer que vai ficar tudo bem, porque sempre fica tudo bem.
Não tenho conseguido ler, nem aquele livro policial cheio de suspense.
Tem montes de filmes que quero assistir. Mas, as filas não me deixam. Queria ter cartão de débito pra comprar naquela maquininha do Multiplex.
Chove e faz sol de um jeito doido. O tempo tá doido que nem a gente.
Tenho dormido mal.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

É que a gente nunca sabe.

Ela perguntou como é que eu tive certeza de que aquela escolha era a mais acertada. Respondi que nunca tive, que não tenho até agora. Porque tem coisas que a gente, simplesmente, não sabe. Decidi ali na tentativa de fazer o melhor e fui. Com fé. Sim, fé e não certeza. Vontade que desse certo. Ou, de pelo menos, que não fosse motivo para me arrepender para todo & sempre. Em alguns momentos, deu certo. Noutros, me arrependi para todo & sempre. Agora, acho que me conformei e que é assim e pronto, não tem mais volta e tudo bem. Tudo bem, de um jeito ou de outro, que a vida e o tempo consertam as coisas.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Santiago.

Foi lá no Dragão do Mar, em Fortaleza, que assisti Santiago. Quando terminou, a gente sentou ali na pracinha e comecei a chorar. Na verdade, comecei a chorar no final do filme e não parei mais até chegar ao pranto desconsolado.

Ele me abraçou, me deu pipoca doce, ficou me olhando espantado tentando entender e perguntando porquê. Mas, como é que eu podia explicar? Era por mim, por Santiago, pela saudade, mas principalmente pelo descaso que a gente tem para com o Outro.

Santiago passa o filme todo falando da aristocracia que tanto admira. Mostra seu arquivo ginatesco de notas sobre personalidades e nobres do mundo inteiro. O trabalho de uma vida. De uma delicadeza inexplicável. De uma beleza que, talvez, só ele conseguisse enxergar.

E o filme é sobre isso. Santiago inserido naquele contexto. Mas, quando já tava terminando, no finzinho mesmo, ele quis falar alguma coisa que era importante pra ele, só pra ele - não para o filme, nem para o diretor - não deixaram. O tempo já estava estourado e não havia espaço pra Santiago dizer o que queria. Ele que era motivo e nome do filme, mas não era.

Me aperta o peito até hoje.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Foi muito chato.

Foi muito chato chegar lá e não saber pra onde ir. Ficar de um lado pra outro, perguntando às pessoas como encontrar a médica que estava procurando: tenho uma consulta com essa médica aqui, ó, endocrinologista. Onde é, hein?

Cada um que me mandasse pra um canto, difícil era acertar o canto certo. Só depois de ir ali naquela porta de pré-consulta, ali naquela porta de alumínio, lá dentro, lá fora, encontrei um balcão onde me perguntaram se a consulta estava MESMO marcada. Bom, me disseram pra vir aqui hoje, porque tinha uma consulta com Dra. Fulana de Tal às 13h. Mostrei o meu numerinho, porque eu tenho um numerinho de lá (que inclusive colaram na minha RG e que vou tirar já, já). A moça do balcão me explicou que isso não queria dizer muita coisa... O certo mesmo era confirmar na recepção.

Nesse mesmo balcão, um senhorzinho queria saber se os exames que tinha feito em março, já estavam prontos. Não, agora é que estão chegando os de fevereiro. Fevereiro, minha gente. Três meses atrás. Dependendo do exame, nem serve mais. Como é que pode, hein?

Aí, foi outra luta pra encontrar a recepção, porque não existem placas indicativas. Finalmente, descobri que a recepção ficava onde se lia OFTALMOLOGIA e sim, eu tinha uma consulta marcada. Voltei pra moça do balcão que me disse pra sentar nas cadeirinhas e esperar que a enfermeira ia chamar os pacientes para a Dra. Fulana. Ok.

De repente, um tumulto do outro lado. Era a enfermeira dizendo que os pacientes da Dra Fulana e de Dra. Sicrana, tinham que se dirigir para o outro corredor, porque não ia ter furação e elas iam atender nos consultórios 4 e 6. Furação é medição de glicose. Fiquei com muita pena das pessoas que só fazem isso de mês em mês, quando vão lá, e que vão ter que esperar até junho.

Descobri que tinha que fazer um prontuário justamente na hora em que ia ser atendida pela médica, porque não viram que era a minha primeira vez ali enquanto ainda estava esperando no corredor dos consultórios 4 e 6, onde o calor é de matar. Não, eu nunca vim aqui. Não, nenhum atendimento. Pra nada, nenhuma vez.

E onde diabos se faz esse prontuário, né? Perguntando a um e a outro, até chegar numa salinha onde uma senhora muito atrapalhada tentava salvar as informações de um paciente no computador. Porque não era dali, porque a pessoa faltou, porque queria se trancar na sala dela e ficar lá. Por mim, tudo bem. Desde que alguém fizesse meu prontuário.

Na minha vez, o mesmo problema e ela reclamando que tinha que atender os pacientes numa sala cheia de gente com conjuntivite e que era um surto e que já tava sentindo o olho coçar e ia ali lavar a mão. Espero, querida, tem problema não. Vai lá. Na volta, todo um problema, porque ela só conseguia ir pra agenda de marcações e não simplesmente salvar os meus dados onde eles deviam ficar.

No desse salva-não-salva, chegou uma moça querendo saber como pegar o exame do coração que a mãe dela fez. A atendente explicou que os exames não saiam, ficavam no prontuário. Então, a moça perguntou se o médico que ia atender a mãe dela ia ver os exames. A atendente pegou a fichinha e disse que não, que o médico em questão era um oftalmologista e quem ia ver esse exame era um cardio. E a moça insistia, que se o exame estava no prontuário, não custava nada o médico dar uma olhada. O oftalmologista, claro. Um eco. Certo.

Voltei pro corredor dos consultórios 4 e 6 e esperei. A Dra. Fulana não escondeu todo o seu cansaço, nem falta de entusiasmo. Expliquei porque estava ali e comentei que também tinha ido para conhecê-la, já que estava querendo mudar de médica. Perguntou quem era a minha médica, respondi e ela me disse que era uma profissional muito competente e muito sua amiga. Então tá.

Acho que ficou zangada e quis acabar o mais rápido possível com aquilo tudo. Eu também. Porque a minha opinião, como paciente, não é muito semelhante a dela. Ao final, disse que me sentise a vontade para procurá-la no consultório se realmente quisesse mudar de médica. Quero sim, mas não vou procurá-la.

Fui lá na farmácia, entreguei a receita que a Dra. Fulana me deu e descobri que só fornecem a insulina mais baratinha e X tirinhas por mês, quando uso 8 vezes mais. E para pegar esse material, tenho que ir lá todo mês, das 08 às 10h. Mas, melhor chegar antes, porque é muita gente. Acredito. Porque nos 20 minutos que passei esperando, o atendimento foi do número 498 para o 506 e o meu ainda era 559. Só que eu tinha que voltar pora agência, né? Chefe já tinha me ligado duas vezes e eu tava me sentindo exausta. De verdade.

A única coisa boa disso tudo foi saber que não preciso voltar lá, que ainda tenho essa opção. Deus conserve.

Ai, ai.

Fico tentando me convencer que não é nada demais, que não vai doer, nem nada. Mas, eu mesma não acredito. Porque é sempre um atropelo e sempre dói. Há 15 anos, dói. Aí, eles me dizem que é besteira, que deixe disso, que tente acalmar o coração. Tentar, eu tento. Conseguir, não consigo.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Do tempo.

Meu pai ligou dizendo que viu as fotos da gente pequeno e ficou morrendo de saudade. Disse que naquele tempo, pra deixar a gente feliz, era só dar um passeio de fusca. Porque a gente não tinha as preocupações, tristezas e mágoas de hoje. Essas coisas do tempo. Erámos dois coraçõezinhos cheios de entusiasmo. E o que ele queria era poder fazer com que a gente sentisse a mesma alegria de antes. Mas, acha que dar voltas de carro não vai adiantar. Porque não é mais tão simples. Os desejos e as expectativas são maiores. O que talvez ele não saiba é que a admiração também cresceu com a gente. E que quando ele telefona dizendo essas coisas todas, tenho de novo 6 anos e seguro a mão dele cheia de orgulho e do maior amor desse mundo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Há um desentendimento que não sei explicar.

Mas, acontece de querer falar e saber que vão entender de um jeito diferente, assim como entendo de um jeito diferente quando me falam. É ruim e faz a pessoa se sentir muito, muito só. Acho que é TPM, porque não sou assim tão complicada, não o tempo todo. Fora o cansaço. Dias longos e cheios, sem recompensa no final. Estar lá tem sido cada vez mais difícil.