domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ela é a Rainha de Copas.

No seu reino, tudo do seu jeito. Senão, "cortem-lhe a cabeça!". Grita a plenos pulmões. Assim como chora. Assim como ri. Não existe meio termo. O equilíbrio é de corda bamba. E o que pesa na balança da justiça são os seus caprichos. O que é bom, o que é mau, o que é certo, o que é errado. É ela quem dita as regras. É ela quem as faz. Dependendo do dia, dependendo da lua, dependendo do seu amor-desamor pelo Rei Anão. E ai de quem não atende às suas vontades: "cortem-lhe a cabeça!". É preciso se ajoelhar à sua passagem, é preciso pintar todas as rosas da sua cor preferida, é preciso deixá-la ganhar o jogo. Um joguinho de nada. Num país que se diz maravilhoso, mas que nem sobrevive à realidade. Um dia, Alice foi parar lá. Caiu no buraco, seguiu o Coelho que está sempre atrasado e desafiou a Grande Dama, tendo pensamentos próprios e agindo como bem entendia.  Que ousadia! A sorte de Alice é que sempre existe o Gato de Cheshire para salvá-la. O Gato de Cheshire e o seu sorriso. Se se visse: "cortem-lhe a cabeça!". Que cabeça? Que sorriso? Que gato? A Rainha de Copas não vê muito além do seu próprio umbigo e assim segue cega para o seu castelo de cartas marcadas.

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