terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Seis de fevereiro de dois mil e nove.

O dia tinha sido chato, com as cobranças mais descabidas. Ele ligou dizendo que vinha me buscar na agência. Depois, mandou sms dizendo que tinha uma coisa importante pra me contar e eu fiquei com o coração apertado, porque sempre fico com o coração apertado quando as pessoas têm uma coisa importante pra me contar. Fui correndo encontrá-lo. Vi quando passou por mim sem me ver. Fiz o caminho de volta, maldizendo os passos rápidos de um metro e oitenta e três. Cheguei esbaforida e pedi que me falasse de uma vez. Aí, soube que ele ia fazer um teste lá longe e que se desse tudo certo ia ser a coisa mais maravilhosa. E foi impossível não ficar feliz ao saber do desejo realizado, mesmo sabendo que vou sofrer com a distância, que sempre sofro (quando quase não agüento, penso que podia ser pior, que podia ser ainda mais longe e sinto alívio por três minutos). E como era a melhor notícia e era sexta-feira, fomos comer crepes deliciosos, enquanto fazíamos planos e elaboramos estratégias. Tudo pra dar tudo certo. Depois, fomos pra casa onde recebi a massagem prometida há mais dia uma semana. Ele disse que não tenho mais tanta agonia nos pés e eu disse que não tenho mais tanta agonia na vida. Senti meu coração cheio de amor e de esperança e de alegria e era mesmo o que precisava pra agüentar o que estava por vir.

Pouco tempo depois, o telefone tocou e soube que quando tio Dudu me disse “tchau, amor” na terça-feira, lá naquele hospital, foi mesmo a última vez.

Um comentário:

Tarso Loureiro disse...

Poxa flor, que triste..
Meus sinceros sentimentos e desejos de que a dor se transforme só em saudade (que nunca passará, ainda bem) e que essa saudade fique cada vez mais alegre e menos doída.
É assim que tem que ser, e é sempre assim que é, pode acreditar.
Um forte abraço desse que só por te visitar aqui te quer muito bem...