domingo, 12 de junho de 2016

Teve um 6 de fevereiro.

Teve um Baile da Saudade. Teve uma noite não dormida, onde ninguém deveria estar. Teve meu pai do outro lado da linha, falando de amor e amizade e do que não se acaba. Teve um compromisso acertado: levar adiante essa irreverência. Ele avisou: o preço é alto. E eu sei, eu sinto. Todos os dias. Mas, não é uma escolha. É aceitar quem se é e seguir em frente com coragem. Nem sempre, a gente consegue. Mas, tenta. E tentar já é um risco danado. Tentar já dói um bocado. Arranha a pele, arranca as unha e a gente sangra. Mas, tem essa sede que não passa. É, não passa é nunca. A gente disfarça, a gente se integra, a gente finge que anda pelo mundo como todo mundo. Mas, a sede de vida pulsa na alma. Não dá sossego. E tem hora que sufoca. E, sabe, é isso que faz a gente querer tudo hoje, agora, porque amanhã talvez não existirá. Porque amanhã, talvez, se extinguirá. A sede, a vida, a gente. Enquanto isso, o olhar permanece atento, a conversa é solta e o abraço, apertado. O choro é livre e o riso é fácil. Ele me disse e eu acredito: a festa é (ou não é) dentro da gente. O resto é só ilusão e faz de conta. Mas, faz de conta que não te contei, tá certo?

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