segunda-feira, 13 de junho de 2016

Você constrói um labirinto. Você se perde. Você não sabe onde está. Aponta a faca para o próprio pescoço e se assusta. Olha pra dentro.  Olha pra dentro horas seguidas e espera. Espera até o abismo lhe sorrir de volta, porque o abismo sempre sorri de volta. O abismo dá gargalhadas, meu amor. Esse é o truque, sabe? O fio da navalha e brilha. Brilha feito jóia rara. Brilha e espelha. Espelha o seu reflexo. O reflexo que você imagina ser seu. Partido. Quebrado. Fracionado. Em mil pedacinhos. Um milhão. Um número indizível de tão gigante. Você infinito. Você repetido e repetindo os mesmos erros. Mas, é só o labirinto. É só o abismo. É só o fio dessa navalha que lhe sangra o peito com a força das suas próprias mãos.

Nenhum comentário: